São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996
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"Antarctica" escolhe seus premiados

CELSO FIORAVANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O projeto "Antarctica Artes com a Folha" divulgou ontem seus três premiados. Foram escolhidos a mineira Rivane Neuerschwander, o capixaba Cabelo e o baiano Marepe. Os três vão ganhar uma viagem à Documenta de Kassel, uma das mais importantes feiras de arte contemporânea do mundo, em 1997.
O júri -formado pelos curadores norte-americanos Dan Cameron e Lisa Phillips e pelo brasileiro Paulo Herkenhoff- decidiu ainda conceder três menções honrosas. Foram selecionados o carioca Jarbas Lopes e os mineiros Rodolfo Magalhães e Roberto Bethônico.
"O júri compreendeu que o regulamento do projeto previa apenas a premiação de três artistas com três viagens, mas quis chamar a atenção do público para outros trabalhos", disse Paulo Herkenhoff.
"Gosto muito dessa premiação pois ela parece ter abraçado riscos que também foram riscos assumidos pelos curadores. Não que esses artistas sejam frágeis, mas porque são dissonantes. É um privilégio poder olhar todos esses dossiês, acompanhar essas obras, viajar com essas sensibilidades. Esse é um grupo que me interessa estar perto", complementou.
O entusiasmo das palavras de Herkenhoff também é uma constante nos comentários do norte-americano Dan Cameron: "A delicadeza do trabalho de Rivane é inacreditável. É um trabalho de tirar o fôlego".
"Cabelo produziu imagens inesquecíveis. O uso que faz dos materiais em sua performance é xamânico", disse.
Cameron resiste à idéia de ter premiado artistas com uma "identidade brasileira".
"Resisti à idéia de uma identidade nacional. Marepe tem esse senso muito forte do país, mas o tipo de referência que trabalha também existe em outros países. Certamente é muito importante que ele seja da Bahia, mas isso é apenas uma parte de sua linguagem. Percebi mais uma relação dos trabalhos com tendências internacionais da arte", disse.
A mostra "Antarctica Artes com a Folha" reúne cerca de 200 obras de 62 artistas selecionados durante viagens a mais de 1.300 ateliês em todo o país.
As viagens foram realizadas durante sete meses pelos curadores Tadeu Jungle, Lorenzo Mammi, Nelson Brissac Peixoto, Stella Teixeira de Barros e Lisette Lagnado, com a colaboração de cinco assistentes.
A mostra acontece no pavilhão Padre Manoel da Nóbrega (antiga sede da prefeitura), no parque Ibirapuera (entrada pelo portão 10). A mostra tem entrada franca e fica aberta até 17 de novembro. Visitas monitoradas podem ser agendadas pelo tel. (011) 573-7724.

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