São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996
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Clinton corre risco de fracasso

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

Os conselheiros políticos do presidente Bill Clinton argumentaram contra a convocação da cúpula entre Netanyahu e Arafat.
Para eles, o risco de fracasso da iniciativa é grande e pode ter repercussão negativa na campanha do presidente pela reeleição.
Mas prevaleceu a tese, defendida pelos assessores de política externa, de que não agir para tentar salvar o processo de paz no Oriente Médio provocaria efeitos eleitorais mais negativos para o presidente.
A cúpula na Casa Branca, decidiu Clinton, o mostraria ao público como um amante da paz que resolve até arriscar a eleição para tentar preservá-la e ofuscaria seu principal adversário, Bob Dole.
Mas o presidente resolveu manter uma certa distância prudente das conversações. Ele ressaltou à exaustão que cabe apenas aos líderes palestino e israelense a tarefa de resolver o impasse.
Clinton pretendia fazer dos seus sucessos em política externa um dos itens principais da plataforma pela reeleição. A paz no Oriente Médio era a principal conquista a ser apresentada ao público. No início do ano, parecia até possível completar o processo com um acordo entre Síria e Israel.
A derrota de Shimon Peres atrapalhou os planos de Clinton. Ele e Netanyahu têm diferenças indisfarçáveis sobre como prosseguir nas negociações de paz.
Uma derrocada na Cisjordânia pode complicar um pouco as coisas para Clinton na eleição. Mas a cúpula atenua esse efeito.
(CELS)

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