São Paulo, sábado, 5 de outubro de 1996 |
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Baltar volta após 10 anos
IRINEU FRANCO PERPETUO
Acompanhada por Sergio Balderravano (piano), Juan Elias (contrabaixo), Pablo Mainetti (bandoneón) e Damian Volotin (violino), Baltar canta tangos tradicionais, modernos e, é claro, Piazzolla. Amelita Baltar é a voz "oficial" das canções de Piazzolla. Foi casada com o compositor de 1968 a 1975. Para sua voz, ele criou a ópera "Maria de Buenos Aires" e vários sucessos. Folha - Sua imagem é associada à música de Piazzolla. Isto não a incomoda? Amelita Baltar - Não posso abandonar as canções de Piazzolla. São como filhas para mim. Por sorte e por desgraça, sou a única cantora a interpretar tantas músicas dele. Digo por desgraça porque Piazzolla mereceria que outros intérpretes também cantassem sua música. E sorte, porque era um músico imenso. Não tenho ciúmes e costumo cantar também as canções que ele compôs depois de nos separarmos. Folha - Como é cantar a música de outros compositores? Baltar - Em 95, fiz um espetáculo só com músicas de Discépolo, que tenho planos de gravar. Fiquei louca na estréia. Voltei ao camarim e disse: "Por isso é tão difícil! É como estar fazendo amor com outro homem!". Meu envolvimento com a música é muito emocional. Cada vez que eu canto, deixo pedaços de mim no teatro. Folha - Vai haver pedaços seus no Brasil, então? Baltar - Sem dúvida. Minha professora de canto diz que devo ser mais suave, mas não consigo cantar de outra maneira. Para mim, não há concertos pequenos: a entrega é sempre total. Cantar de novo no Brasil vai ser uma coisa de catarse. Folha - Quais são suas recordações do Brasil? Baltar - Estive por aí pela última vez em 85. Peço perdão por ter ficado tanto tempo sem visitá-los. Gosto muito de voltar a São Paulo e encontrar meus amigos. Tenho lembranças lindas do público paulista. Uma coisa maravilhosa foi cantar uma vez, com Piazzolla, no Tuca, para os estudantes... O Tuca ainda existe, não? Show: Amelita Baltar Onde: teatro Arthur Rubinstein (r. Hungria, 1.000, tel. 818-8800 Quando: hoje, às 21h, e amanhã, às 19h Quanto: R$ 15; R$ 10 (sócios); R$ 7,50 (estudantes) Texto Anterior: Régine Chopinot chega com 'Soli-Bach' Próximo Texto: Bienal muda ingresso para atrair a massa Índice |
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