São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996
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Gaúcha atua contra exploração sexual

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O recorde de votos à Câmara Municipal de Porto Alegre (RS) foi quebrado nessa eleição por uma vereadora que temia não se reeleger: Maria do Rosário (PT), 29, com mais de 20 mil votos.
Até então, o recorde de votos à Câmara da capital gaúcha pertencia ao ex-deputado Ibsen Pinheiro, que teve 16.119 votos quando concorreu pelo extinto MDB, em 1976.
"Ela temia não se reeleger", disse o marido da recordista de votos, o professor de história Eliezar Pacheco, 53.
Maria do Rosário obteve seu primeiro mandato de vereadora em 1992, com 7.555 votos. Na época, era do PC do B (Partido Comunista do Brasil).
O rompimento com os comunistas, por divergências ideológicas, aconteceu há cerca de um ano e meio, quando ela optou pelo PT, depois de ser cortejada por outros partidos da esquerda.
Conhecida na cidade só pelo prenome (seu nome completo é Maria do Rosário Fiorentin Nunes), a vereadora é formada em pedagogia e começou a fazer política quando era estudante.
Exploração sexual
Um dos projetos de sua autoria, aprovado na Câmara, proibiu a atuação de empresas funerárias dentro de hospitais, sob o argumento de que os agentes se aproveitavam do momento de dor de famílias.
Atualmente sua atuação está voltada contra a exploração sexual de crianças. Esses dois assuntos já lhe custaram ameaças anônimas.
Olhos azuis
O slogan da campanha de Maria do Rosário foi "Porto Alegre de olhos abertos", uma alusão dúbia a sua vigilância política e aos seus grandes olhos azuis.
"Ela teve sorte de ter nascido bonita e inteligente", diz o marido. O casal não tem filhos, mas, conforme Pacheco, se tornar mãe é um projeto da vereadora.
"Vou trabalhar muito para honrar cada voto recebido", disse Maria do Rosário, que já teve um braço quebrado por um PM durante uma manifestação de estudantes que ela apoiava como vereadora.

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