São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996 |
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Lideranças do PSDB se opõem à ação pró-Pitta 'Paulo Maluf serviu à ditadura', diz Franco Montoro DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA REPORTAGEM LOCAL Lideranças nacionais e paulistas do PSDB resistem à operação, autorizada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, de apoio ao candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Celso Pitta.Conforme revelou a Folha ontem, o objetivo da iniciativa de FHC é tentar evitar a reação do PPB -capitaneado pelo prefeito de São Paulo, Paulo Maluf- à votação da emenda constitucional da reeleição ainda neste ano. Fernando Henrique liberou seus ministros a subirem no palanque de Pitta na disputa contra Luiza Erundina (PT) durante o segundo turno da eleição paulistana. Essa operação pretende também evitar que o PSDB paulistano manifeste qualquer tipo de apoio à candidata petista. O presidente nacional do PSDB, senador Teotônio Vilela Filho (AL), reagiu à ação do Palácio do Planalto dizendo que uma aproximação com o PPB para viabilizar a reeleição de FHC não é necessária. "Maluf sempre foi contra a reeleição, seu partido está sempre dividido. Ele tem um jeito arrogante de lidar com essas coisas. É alguém que desagrega até dentro de casa." O secretário-geral do PSDB, deputado Arthur Virgílio (AM), disse não acreditar que FHC tenha autorizado a operação pró-Pitta. "Imagine se ele (Maluf) iria aceitar a possibilidade de reeleger o presidente -o que esvaziaria seus planos de candidatura ao Planalto, pois FHC é um adversário forte- só para eleger um prefeito. O presidente sabe disso", ponderou. O deputado Arnaldo Madeira, candidato a vice de José Serra na chapa derrotada do PSDB em São Paulo, disse que "não há nenhuma dúvida de que não vamos apoiar Pitta". Segundo o deputado, as principais lideranças tucanas paulistas -Serra, o governador Mário Covas e o deputado Franco Montoro- já avisaram que não vão apoiar a candidatura do PPB. "O presidente vai liberar o apoio de ministros e aliados porque o governo é um composição suprapartidária", afirmou Madeira. "É preciso olhar para o passado de Paulo Maluf, que serviu à ditadura e lutou contra a democracia", comentou Montoro. Amanhã, o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) cumpre mais uma etapa da operação pró-Pitta. Ele vai se encontrar com o prefeito Maluf, às 9h, para discutir seu apoio ao candidato do PPB. A Folha apurou que o PFL de São Paulo pretende pressionar o governo federal para que mantenha caladas as vozes dissidentes dos tucanos locais. Texto Anterior: Eleição de resultados Próximo Texto: Amin vê gesto 'companheiro' Índice |
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