São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996 |
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PT enfrenta Celso Pitta e os credores
NELSON DE SÁ
Entre as dívidas estão perto de R$ 180 mil à produtora de comerciais 5.6, que já deixou o serviço. O coordenador-geral da campanha de Luiza Erundina, Jilmar Tatto, não quis comentar os valores. "Se existe dívida, vamos pagar, como sempre pagamos." "No primeiro turno nós fomos heróis", diz Tatto. Dos R$ 4,6 milhões previstos, o partido não arrecadou metade. "Esperamos que (a passagem para o segundo turno) ajude na questão dos recursos." É também a expectativa do empresário Oded Grajew, coordenador da Cives (Associação Brasileira de Empresários pela Cidadania) e que busca aproximar o PT do empresariado nesta eleição. Segundo ele, no primeiro turno os grandes empresários se dividiram entre Celso Pitta (PPB) e José Serra (PSDB). "Muitos falaram que a segunda opção era a Erundina", diz, com esperança. "Há boas perspectivas." Entre os projetos prejudicados por cortes financeiros no primeiro turno, estiveram os grupos de pesquisa qualitativa, contratados junto ao instituto Database. Por falta de dinheiro, a campanha não cumpriu o calendário de grupos, ao contrário das campanhas de Pitta e Serra, que tiveram pesquisas diárias. Para o segundo turno, já existe novo calendário. Apesar das dívidas, o coordenador de comunicação, Pedro Dallari, diz que esta campanha marca a "profissionalização" petista em eleições. Profissionalização que, mesmo com um "orçamento pequeno", reflete-se sobretudo no custoso marketing eleitoral. Dallari estudou marketing na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, e chegou a ser enviado aos EUA há dois anos para aprender com a campanha democrata. Além do marketing, a profissionalização petista passa pelo levantamento de recursos, diz Tatto. "Introduzimos nesta campanha a idéia de que precisamos nos profissionalizar, precisamos ter qualitativa, ter publicitário. E nós sabemos que não se financia uma campanha vendendo 'button'." Para tanto, desde anteontem, diz o coordenador-geral, recomeçaram os jantares com empresários para "captação de recursos". Quanto ao primeiro turno, entre os credores petistas estariam ainda a empresa de jingles Nosso Estúdio e o publicitário Celso Loducca. Foi a Nosso Estúdio que criou o refrão "Sim, sim, digo sim/ Pra Erundina eu digo sim", que foi tema da candidata até o fim do horário eleitoral. A empresa não quis revelar o valor da dívida. Celso Loducca, que deixou a campanha em agosto, também não quis revelar valores, mas as indicações são de que a dívida chegaria a R$ 100 mil. Outros R$ 100 mil já teriam sido pagos. O contrato inicial, que alcançava R$ 500 mil para o publicitário, teria sido baixado para menos da metade com a sua saída. Para a produtora 5.6 estava previsto pagamento de R$ 600 mil por um total de 30 comerciais, valor também reduzido. A produtora já teria recebido cerca de R$ 180 mil. Com a saída das demais, foi a produtora Argumento, de Ricardo Carvalho, que assumiu toda a campanha petista. O publicitário diz que os pagamentos estão em dia. Não revelou valores. Texto Anterior: Sindicato quer ação contra candidatos Próximo Texto: Eleitor aposta em tradição e padrinho para escolher os campeões de voto Índice |
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