São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996
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Mais ricos também são vítimas

AURELIANO BIANCARELLI; ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Episódios de descaso não ocorrem apenas na rede pública e envolvendo pacientes de baixo poder aquisitivo. Pessoas de classe alta e média também têm seus casos para contar, às vezes envolvendo hospitais e equipes conceituadas.
O técnico Wanderlei de Oliveira, 36, da equipe de atletismo do Pão de Açúcar, conta que já foi vítima de pouco caso de um médico particular, que quase resultou em uma operação desnecessária.
Ele estava com uma dor forte na região do abdome e decidiu procurar o médico. Fumando, o profissional não levou mais de cinco minutos para decretar: "É apendicite e precisa ser operada já".
Oliveira diz que a falta de atenção do médico o fez procurar outro especialista. "O segundo logo percebeu que era apenas uma distensão nos músculos abdominais, que eu tratei apenas com gelo", diz.
Perda de tempo
Em uma ocasião, a psicóloga Ana Maria Gonçalves, 35, também preferiu ignorar uma consulta.
O caso ocorreu há cerca de dois anos, quando levou o filho Filipe, hoje com 5 anos, para consulta com um ortopedista de convênio.
O descaso começou com o horário. "Vários pacientes foram agendados para as 14h, mas o médico só chegou às 15h", diz.
"Quando entramos, ele mal me deixou contar o problema. Era apenas pé chato, mas não senti confiança e fui a outro médico."
Segundo Gonçalves, a consulta durou três minutos.
(AB e RSc)

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