São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996 |
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Avô diz que teve que gritar por atendimento
AURELIANO BIANCARELLI; ROGERIO SCHLEGEL
"Tive de gritar para que prestassem atenção no menino. Ela estava tendo convulsões e ninguém ligava. Saí correndo para a UTI com ele nos braços, fazendo respiração boca a boca dentro do elevador." Segundo o avô, o neto Jother Vinícius Barbosa Pascoal, de 15 meses, morreu pouco depois porque não havia UTI, e os médicos não sabiam ligar um equipamento que poderia auxiliar na respiração e nos batimentos cardíacos. Jother morreu dia 20 de junho depois de 23 dias internados no hospital Waldomiro de Paula, de Itaquera. O avô conta que ele havia sido levado ao hospital no dia 25 de maio, quando foi medicado e mandado de volta para casa com uma gripe forte. O estado do neto se agravou nos dias seguintes, e a família decidiu voltar ao hospital, onde foi constatada pneumonia. "Depois, o menino foi piorando, piorando, e ninguém prestava atenção." Segundo o avô, o hospital nunca explicou o que o menino tinha e que tratamento estava recebendo. "Ficamos muitos dias sem saber de nada." Barbosa fez um boletim de ocorrência no distrito policial de Itaquera, procurou o CRM e o Sindicato dos Médicos. Até agora, não foi chamado para relatar a denúncia. Na ocasião, a direção do hospital -que pertence ao PAS- informou que a criança recebeu o atendimento necessário e que as acusações não procediam. (AB e RSc) Texto Anterior: Baixo salário e correria 'explicam' erros Próximo Texto: HC quer transferir poder aos pacientes Índice |
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