São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996 |
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HC quer transferir poder aos pacientes
AURELIANO BIANCARELLI; ROGERIO SCHLEGEL
Esse documento é assinado pelo doente ou seu representante legal no ato da internação e delimita os poderes da equipe do hospital sobre a pessoa em tratamento. "A idéia não é criar uma lei com caráter punitivo para o médico. O que pretendemos é introduzir um texto que reconheça a cidadania do paciente, acompanhado de mudança na postura autoritária que caracteriza a prática médica brasileira", explica Alberto Kanamura, superintendente do HC. Até intervenções cirúrgicas ficam previamente autorizadas. Pior: tudo é aceito de maneira "irrevogável e irretratável" -isto é, o internado não pode se arrepender. A proposta em discussão (veja quadro abaixo) dá ao doente o direito de opinar sobre os procedimentos médicos, depois de devidamente esclarecido sobre o caso. Contra a paralisia Segundo Kanamura, o novo termo não pode configurar um entrave ao tratamento. Por isso, a autonomia do paciente tem limites, como nos casos com risco imediato de vida, nos quais os cuidados do HC se tornam compulsórios. "O médico não pode ser levado à paralisia. O objetivo é muito mais comunicar ao paciente, logo na entrada: 'Na dúvida, pergunte'." Segundo o superintendente, a revisão do termo do HC faz parte da discussão mundial sobre a autonomia do paciente, que tende a assumir papel ativo. Para Kanamura, o processo de revisão do termo de responsabilidade deve tomar mais alguns meses de discussão e só deve estar encerrado no começo de 97. "Acredito que o novo texto precise de mais uns dois meses de discussão interna, com todo o corpo do hospital. Depois, será submetido à apreciação final do Conselho Deliberativo", diz. (AB e RSc) Texto Anterior: Avô diz que teve que gritar por atendimento Próximo Texto: A mudança no termo de responsabilidade do HC Índice |
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