São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996 |
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França quer reduzir déficit em 5 anos
BETINA BERNARDES
Ele passaria de 283,7 bilhões de francos no ano que vem (cerca de US$ 56,7 bilhões) a 257,3 bilhões (US$ 51,4 bilhões) em 98, até atingir 190,8 bilhões (US$ 38,1 bilhões) no ano 2001. A idéia é manter o rigor no Orçamento. Os cortes previstos para 97 já provocaram uma greve de professores na semana passada. Onda de greves Os cortes orçamentários também estimularam a realização de uma greve de funcionários públicos, prevista para o próximo dia 17, que deve contar com a adesão de setores do serviço privado. A França tem hoje 3,085 milhões de desempregados (12,6% da população ativa). Somente no mês de agosto o país contabilizou 39.500 desempregados a mais. As metas traçadas pela União Européia para que os países-membros possam fazer parte da moeda única européia incluem um déficit público abaixo de 3% do PIB (Produto Interno de Bruto) em 97. Receita simples Pelo programa formulado pelo governo, o déficit baixaria para 3,47% no ano que vem, pelos parâmetros franceses, e a 2,9%, de acordo com os critérios europeus. O programa quinquenal do governo enviado à Assembléia segue uma receita simples para reduzir o déficit: o volume das despesas do Estado vai baixar e elas serão rigorosamente controladas. Até o ano 2001, as despesas não poderão evoluir mais que 71 bilhões de francos. Elas passariam de 1,55 bilhão de francos (US$ 310,5 bilhões) em 97 a 1,62 bilhão (US$ 324,8 bilhões) em 2001. Nos últimos anos, os créditos do Estado têm progredido em um ritmo de 4% ao ano. Para o ano que vem, haverá redução das despesas em francos correntes. Imposto sobre fortunas No projeto de lei sobre as finanças enviado ao Congresso, o governo do presidente Jacques Chirac não fala em modificações no ISF (Imposto de Solidariedade sobre Fortunas). Mas, nesta semana, o presidente francês não descartou mudanças no imposto, que poderia causar a fuga de capital francês. "Se o parlamento considerar que certas disposições da lei trazem efeitos perversos, como fuga de capital, certas modificações podem ser feitas", disse Chirac. O porta-voz do Partido Socialista, François Hollande, acusou o presidente Chirac de desenvolver um argumento "para renunciar a taxar as grandes fortunas". Texto Anterior: Oferta de importados cai 20% Próximo Texto: Economista anuncia 'morte' da economia Índice |
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