São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996
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Pernambuco vive reciclagem industrial

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

O crescimento da renda "per capita" em Pernambuco no período 1979-1994 está entre os menores do Brasil, aponta estudo coordenado por Álvaro Zini, da Faculdade de Administração e Economia da USP, divulgado em junho último.
A renda "per capita" dos pernambucanos cresceu nesse período 1,9 vez, superando o crescimento da de São Paulo (1,4 vez) e do Rio (1,6).
O maior crescimento, conforme o estudo, deu-se no Rio Grande do Norte (3,3 vezes), confirmando o levantamento da Sudene.
Outro resultado negativo relativo a Pernambuco foi divulgado pelo IBGE também em junho, mostrando que de maio de 1995 a maio de 1996 a produção industrial do Estado teve uma retração de 14,4% -o pior desempenho do país.
No primeiro trimestre de 96, o PIB do Estado teve uma redução de 8,6%, segundo o Condepe (Instituto de Planejamento de Pernambuco), do governo estadual.
Sudene, empresários e governo estadual, porém, não consideram que esses números indiquem "decadência" do Estado.
"A economia pernambucana está em transformação. Os setores tradicionais, como o têxtil e o da cana-de-açúcar, estão sendo substituídos por outros, como o de serviços e o da fruticultura", disse o presidente do Condepe, José Aílton de Lima.
Para o presidente da Fiepe (Federação das Indústrias de Pernambuco), Armando Monteiro Neto, a economia pernambucana "perdeu o dinamismo" de antigamente, mas não se encontra "estagnada".
Ele reivindica do governo do Estado, porém, um "projeto estruturador" para evitar que a situação econômica "evolua para a decadência".
O economista Heródoto Moreira, da Sudene, que coordenou o estudo sobre a evolução do crescimento dos Estados do Nordeste, disse que Pernambuco precisa "diversificar" a economia, mas "é inexato" falar em decadência.
"Apesar de ter sido o Estado que menos cresceu no Nordeste, sua taxa de crescimento é superior à do Brasil", disse Moreira.

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