São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996 |
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Brasileiro quer relançar banco ABN Amro
CÉLIA DE GOUVÊA FRANCO
Sem uma marca tão forte quanto o Citibank ou com um nome que o identifique imediatamente com seu país de origem, a imagem do banco ainda sofreu ao trocar seu antigo nome de Banco Holandês Unido por o que é na verdade uma combinação de siglas, sem personalidade própria. Fabio Barbosa, 41, o novo presidente do banco no Brasil e o primeiro brasileiro a ocupar essa posição em 80 anos, reconhece que o ABN não desempenha no mercado brasileiro o papel que lhe caberia pela seu porte internacional. Uma de suas atribuições é exatamente mudar essa situação. Privatização "No Brasil, o banco não ocupa o espaço que lhe cabe, especialmente no mercado de capitais", comenta Barbosa. Para alterar esse panorama, ele pretende usar principalmente as conexões internacionais do banco e seu know-how em operações sofisticadas de financiamento para empresas. Ele cita um exemplo: o ABN participou de processos de privatização em diversos países, como consultor de empresas e diretamente. O que significa, acredita ele, que o banco detém hoje um verdadeiro banco de dados sobre privatização (especialmente nos setores energético e de telecomunicações) que poderia ser usado em operações no Brasil. Também estão acumuladas informações sobre outras áreas, como fusões e aquisições. Barbosa quer usar essa "tecnologia" de forma muito mais agressiva para levar o ABN a aumentar sua participação nos mercados brasileiros. A chefia do banco na Holanda está tão interessada em ver isso acontecer que não só escolheu um brasileiro para dirigir as operações no país, como transferiu a sede da diretoria responsável pela América Latina da cidade holandesa de Roterdã para São Paulo. Apenas um ano O próprio Barbosa teve uma carreira meteórica, tendo sido convidado a presidir o ABN no Brasil pouco mais de um ano depois de começar a trabalhar no banco. Antes disso, passou sete anos na Nestlé, sempre na área financeira, e por dois bancos estrangeiros, Citibank e Long Term Credit Bank. Sem falar holandês -a língua "oficial" no ABN é o inglês-, os melhores qualificativos de Barbosa para ser convidado para o seu posto foram sua experiência em empresa e o conhecimento de como tocar sofisticadas operações financeiras. Texto Anterior: A lei da selva nas relações externas Próximo Texto: Executivo quer equilíbrio entre áreas de atuação Índice |
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