São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996
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Grupo Rothschild muda a sua estrutura e dá poder a barão

The Independent
de Londres

PETER RODGERS

A dinastia banqueira Rothschild está prestes a anunciar uma grande reorganização que vai marcar o início da integração de suas diferentes empresas espalhadas pelo mundo.
Um novo comitê representando os bancos de investimentos do grupo, presidido pelo barão David de Rothschild, deverá coordenar as companhias financeiras da família em Londres, Paris, o resto da Europa, Hong Kong, Cingapura, Austrália, América do Norte e América Latina.
O barão de Rothschild, 53, é o talentoso banqueiro francês que promoveu a ressurreição da fortuna bancária da família Rothschild em Paris, depois da nacionalização do banco francês dos Rothschilds, em 1981.
Em 1992 ele se tornou vice-presidente do conselho de direção do banco mercantil londrino NM Rothschild. Com sua ascensão ao novo cargo, o barão passa a ser o candidato favorito à sucessão de sir Evelyn de Rothschild na presidência do conselho do NM Rothschild. Sir Evelyn é o banqueiro mais importante da família.
Além das iniciativas na área dos bancos de investimentos, pretende-se também conferir identidade mais clara a todas as instituições bancárias do império Rothschild que pertencem ao "holding" suíço da família, a Rothschild Continuation Holdings.
A intenção é que as folhas de balanço das companhias individuais passem a ser publicadas em todo o grupo, medida que deverá reforçar a tendência à administração das empresas da família como entidade coordenada. Mas é uma operação difícil, que exclui a companhia francesa Rothschild & Cie., fora da "holding" suíça.
Russell Edey, o atual diretor de finanças corporativas da Rothschild em Londres, deverá se tornar vice-presidente do conselho de direção da NM Rothschild Corporate Finance, a nova companhia londrina criada sob a direção do barão de Rothschild.
Esses acontecimentos deram lugar a notícias de que a direção de sir Evelyn no banco teria provocado insatisfação generalizada. O banco, antes um dos maiores em sua área em Londres, começou a ser superado pelo crescimento acelerado de outros enormes bancos integrados de investimentos, donos de capital líquido muito grande. Ao lado dos bancos Schroders, Hambros e Lazards, é um dos últimos de um punhado de bancos independentes que ainda restam em Londres.
O banco também foi prejudicado pelo suicídio de Amschel Rothschild, diretor da área de administração de fundos, que se enforcou num quarto de hotel em Paris. Apesar de ter sido cotado como herdeiro aparente de sir Evelyn, acredita-se que a probabilidade de que isso tivesse ocorrido nunca foi grande.
O barão de Rothschild, apesar de dirigir um banco que não integra a parte mais importante dos negócios da família -porque ele e seu pai o abriram sozinhos, no início dos anos 80-, passou a ser um candidato mais provável à sucessão de sir Evelyn desde que assumiu a vice-presidência do conselho de administração, em Londres, quatro anos atrás.

Tradução de Clara Allain

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