São Paulo, domingo, 6 de outubro de 1996 |
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Pragmatismo pefelista
FERNANDO RODRIGUES Brasília - Fernando Henrique Cardoso é contra a convocação de um plebiscito para definir se pode ou não haver reeleição, inclusive para ele.As razões do presidente são de um pragmatismo pefelista. Em tese, FHC acha que o plebiscito é uma forma democrática de se conhecer a vontade popular. Mas acha que seria muito difícil fazer passar a idéia. É mais fácil e rápido conseguir o que quer dentro do Congresso. Um plebiscito teria de ser convocado e regulamentado. Isso demoraria um pouco, digamos, uns seis meses. Depois disso, viria a campanha do plebiscito propriamente. Os partidos políticos teriam tempo na TV para defender suas idéias. O presidente da República passaria por um escrutínio popular semelhante ao de uma eleição. A propaganda na TV duraria cerca de um mês. Seria um mês de malhação pura do governo. Mesmo assim, analistas do Planalto acham que a reeleição acabaria passando. Tudo indica que a economia estará em velocidade de cruzeiro e a aprovação do presidente idem em 97. Só que há um problema sério para o presidente nessa estratégia. Depois de passar pela provação do plebiscito e conseguir o direito de se candidatar a mais um mandato, FHC estaria completamente estropiado. Teria vencido uma eleição (o plebiscito), mas não levaria nada. Logo em seguida, terminado o plebiscito, começaria a campanha presidencial de 98. Sim, claro. Uma vez decidido que FHC pode concorrer, todos os adversários começariam também a fazer campanha. O governo ficaria completamente paralisado. Essa paralisação também deve acontecer se a reeleição for aprovada por emenda constitucional. Mas FHC teria aí uma vantagem comparativa muito grande. Não teria que enfrentar o eleitor. A conversa seria apenas com deputados e senadores. Gente com quem o presidente se dá muito bem ultimamente. Texto Anterior: A dinastia populista Próximo Texto: Audiências e cafezinhos Índice |
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