São Paulo, segunda-feira, 7 de outubro de 1996 |
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Covas nega apoio à operação em favor de Pitta e volta a criticar malufistas
FÁBIO SANCHEZ
O objetivo do Palácio do Planalto é conseguir o apoio do padrinho de Pitta, o prefeito Paulo Maluf, para iniciar, ainda neste ano no Congresso, o debate da emenda constitucional que permita a reeleição do presidente. "Apoiar o candidato do Paulo Maluf para que ele apóie a tese da reeleição é o que eu chamo de incoerência. Isso é o que eu não sei fazer", disse Covas, sem citar Fernando Henrique, durante a inauguração da 23ª Bienal de Arte de São Paulo, na noite de sábado. Também esteve na solenidade o ministro dos Assuntos Políticos Luiz Carlos Santos, que assumiu na sexta-feira apoio à candidatura de Pitta e criticou o partido da oponente do malufismo no segundo turno, Luiza Erundina (PT). Santos disse no sábado que "é preciso apoiar um partido que vota com o governo no Congresso e não o PT, que tem votado sistematicamente contra tudo o que o governo propõe". O PPB tem um ministério, o da Agricultura. Covas disse que "o principal fator condicionante para a eleição em São Paulo não são articulações no Congresso. Elas podem até ser levadas em consideração, mas não são o único fator". Para criticar Erundina, Santos citou o Plano Real, bandeira do candidato derrotado José Serra (PSDB), apoiado pelos tucanos: "Se dependesse do PT não teríamos Plano Real e nem economia estável". Clima tenso A presença no evento do governador e do prefeito dois dias após seus candidatos se enfrentarem nas urnas causou alguns momentos de tensão. Maluf chegou às 19h30 e não aceitou a sugestão do cerimonial da Fundação Bienal, organizadora do evento, para que aguardasse Covas na entrada do prédio. Quando Covas chegou, Maluf cumprimentou apenas sua mulher, Lila. Só cumprimentou o governador após discursar. Maluf prestou pouca atenção nos discursos de Covas e de Fernando Henrique -que falou ao vivo de Brasília, tendo sua imagem projetada em um telão. Conversava com funcionários do seu cerimonial ou acenava para amigos como Cláudio Lembo, assessor do vice-presidente Marco Maciel. Covas, após seu discurso, cumprimentou apenas o presidente da Fundação Bienal, Edemar Cid Ferreira, evitando Maluf e o ministro da Cultura, Francisco Weffort, que estavam do seu lado esquerdo. Quando chegou ao local, Maluf negou a negociação envolvendo os deputados. Referindo-se à imagem que os árabes têm de serem bons comerciantes, Maluf disse que "apesar de minha ascendência libanesa eu não troco o prazer de votar no Pitta por alguma política rasteira de acertos no Congresso". Para ele, o ministro Santos "é um homem diligente e de bom gosto". Texto Anterior: Desigualdades inviabilizam voto facultativo, diz Velloso Próximo Texto: Santos e Maluf se reúnem Índice |
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