São Paulo, segunda-feira, 7 de outubro de 1996
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Uma nova visão

MARCELO CHERTO

Algumas pessoas acham que basta ter uma boa idéia, uma marca razoavelmente conhecida e um produto charmoso para sair por aí vendendo franquias "de baciada".
Para a rapaziada que pensa assim, a chave de tudo está na contratação de um advogado que consiga redigir o contrato mais rígido e mais leonino possível. E o fato é que, toda vez que um contrato é celebrado com esse espírito, mais um conflito está sendo potencializado.
O franqueador sai rindo sozinho porque conseguiu botar uma graninha no bolso. E o franqueado fica em êxtase, só pensando em como vai ficar milionário em pouco tempo e sem fazer esforço. E tudo vai bem, até que a lua-de-mel acaba. E aí é um Deus nos acuda!
É muito fácil botar a culpa no franqueador que age assim. Mas a verdade é que contratos assim só são celebrados porque há franqueados dispostos a firmá-los.
Franqueados que muitas vezes são movidos pela ganância, pelo sonho do lucro fácil e pela perspectiva de ganhar muito dinheiro com pouco esforço. Quer moleza, xará? Senta num pudim.
Como disse Jorge Benjor, numa de suas canções mais recentes: "Para acabar com a malandragem, tem que prender e comer todos os otários". Os golpes do vigário só ocorrem porque tem gente que se acha mais esperta do que o resto do mundo.
O sucesso nos negócios, tanto para o franqueado quanto para o franqueador, depende do profissionalismo, da dedicação de ambas as partes (é isso mesmo: o franqueado tem papel importante a cumprir, e a responsabilidade não pode ser jogada inteira nas costas do franqueador) e da situação da economia.
Que tal abandonar a idéia de que apenas os franqueadores erram e os franqueados são todos inocentes?
O fato é que profissionalismo é essencial. No franchising, não há mais espaço para amadores. Nem do lado do franqueador, nem da parte do franqueado.

Internet: www.franquia.com.br/cherto

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