São Paulo, terça-feira, 8 de outubro de 1996
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Fipe prevê inflação de 11% para este ano

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, Heron do Carmo, previu ontem que a taxa de inflação em São Paulo medida por esse índice ficará em torno de 11% neste ano.
Ele fez a previsão ao divulgar o IPC de setembro, que registrou variação de apenas 0,07%, a menor desde 1958. A previsão anterior para 96 era de taxa entre 13% e 14%.
No acumulado dos nove primeiros meses deste ano o IPC atingiu 8,84%. Do início do Real até o mês passado, os preços variaram para os paulistanos 58,60%.
Nesse período, as maiores pressões vieram das despesas com aluguéis, que aumentaram 504,37%, tarifas de transportes urbanos (92,03%), serviços públicos (56,04%) e gastos com mensalidades escolares (114,92%).
Segundo Carmo, a tendência é de acomodação dos preços desses grupos que apresentaram aumentos bem acima da taxa do período.
"O ajuste de preços desses grupos após o Real já foi feito. Em 97, eles deverão estar bem próximos da inflação", diz Carmo.
Ele ressalta que sua previsão tem como base a promessa do governo de não aumentar as tarifas públicas em mais de 10% ao ano.
A redução do impacto das tarifas sobre o índice resultará em queda de 3,5 a 4 pontos da taxa em 97, estimada em 7% pela Fipe.
Carmo diz que, se a inflação ficar acima de 7% em 97, significa que os outros grupos, que vêm registrando queda de preços, como alimentação e vestuário, irão apresentar altas.
Esses itens aumentaram, do Real até setembro passado, 36,05% e 0,71%, respectivamente.
Maiores quedas
O IPC de setembro caiu 0,27 ponto percentual em relação ao de agosto (0,34%).
Contribuíram de forma mais acentuada para a queda as despesas com habitação, que apresentaram variação de 1,12% em setembro sobre 2,11% em agosto, e alimentação, com queda de 0,43%.
Os gastos com vestuário, contrariando o padrão sazonal, tiveram reduções maiores em setembro (2,30%) do que em agosto (2,26%), mês em que ocorre a maior parte das liquidações.
A taxa de inflação em outubro é estimada pela Fipe em 0,5%. Segundo Carmo, poderá haver ligeira alta dos preços de bebidas e de artigos de vestuário, e novamente queda dos preços dos aluguéis.
Em setembro, os aluguéis tiveram alta de 1,95%. Para outubro a variação é estimada em 1,5%.
O IPC-Fipe mede a variação dos gastos de famílias com renda de até 20 salários mínimos (R$ 2.240,00).

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