São Paulo, quinta-feira, 10 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Marcos Rey recebe troféu Juca Pato hoje

FREE-LANCE PARA A FOLHA

O escritor paulista Marcos Rey recebe hoje, às 18h30, no auditório da Academia Paulista de Letras (Largo do Arouche, 312) o troféu Juca Pato - Intelectual do Ano. A premiação é promovida pela UBE (União Brasileira de Escritores) e tem o patrocínio da Folha.
O prêmio é dado ao autor do livro -é necessário que seja publicado no ano anterior ao do evento- que "tenha os aspectos mais significantes para a sociedade brasileira", segundo Fábio Lucas, presidente da UBE.
Neste ano, Rey venceu com a obra "Os Crimes do Olho-de-Boi" (editora Ática).
"Não é um prêmio literário. O troféu é conferido ao intelectual que tenha produzido reflexões sobre a realidade brasileira", afirma Lucas.
Marcos Rey concorreu com o antropólogo Darcy Ribeiro. Para disputar o título, é necessário que o escritor seja indicado por um grupo de 30 sócios da UBE.
Além dos sócios da instituição, podem votar todos os escritores brasileiros (é preciso comprovar a publicação de, pelo menos, um livro) e presidentes de organizações culturais, como a Academia Brasileira de Letras, por exemplo.
"Memórias de um Gigolô"
Nascido em São Paulo, Marcos Rey tem entre seus livros mais famosos "O Mistério do Cinco Estrelas" (que vendeu mais de 1 milhão de exemplares), "Um Cadáver Ouve Rádio" (ambos no gênero infanto-juvenil) e "Memórias de um Gigolô".
Esse romance foi adaptado pelo próprio autor e por Walter George Dust para minissérie homônima da Rede Globo, em 1986, com direção de Walter Avancini.
Foi um dos roteiristas do seriado infantil "Sítio do Picapau Amarelo" e adaptou para telenovela o romance "A Moreninha", de Joaquim Manoel de Macedo.
Só na coleção Vaga-Lume (ed. Ática), em que publicou 12 livros, bateu a faixa dos 5 milhões de exemplares vendidos.
Juca Pato
Marcos Rey foi um dos idealizadores do troféu Juca Pato, criado em 1962.
Entre os vencedores, estão Jorge Amado, Sérgio Buarque de Holanda, Rachel de Queiroz e Carlos Drummond de Andrade.
Juca Pato é o nome de um personagem criado pelo caricaturista Benedito Bastos Barreto, o Belmonte (1896-1947), que trabalhou na "Folha da Noite", um dos jornais que viriam a formar a Folha.
Nascido em charges da década de 20, tornou-se, rapidamente, um grande sucesso. Seu nome passou a designar cigarros, graxa de sapatos, água sanitária e até um cavalo de corrida.
As ilustrações de Belmonte criticavam o governo e à corrupção.
"Por ser um tipo irônico, os escritores resolveram batizar o troféu como Juca Pato", disse Lucas.

Texto Anterior: Aprenda informatiquês e salve seu computador
Próximo Texto: Brecht leva violência das ruas ao teatro
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.