São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 1996 |
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FHC pede reforma agrária apolítica Presidente recebe crianças camponesas RICARDO AMORIM
"Faço um apelo: não politizem essa questão, não é correto. É um crime contra aqueles que necessitam de terra transformar uma reivindicação correta em luta política", afirmou. FHC negou que a declaração tenha sido um recado para o PT e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. "Não é meu estilo. Vocês sabem que eu não sou de fazer fosquinha (provocação) nos outros." A declaração foi feita em audiência de FHC com cerca de 200 crianças trabalhadoras rurais, no Planalto. Na solenidade, FHC assinou proposta de emenda à Constituição que proíbe o trabalho de menores de 14 anos. O texto atual permite que as crianças trabalhem, desde que como aprendizes. Para o presidente da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), Francisco Urbano, os empresários usam essa brecha para empregar crianças. Depois de ouvir o depoimento de José Carlos, 16, cortador de cana em Pernambuco, e de Débora Alves da Silva, 13, bóia-fria no Paraná, FHC fez longo discurso e classificou de "pungentes" as declarações. Débora contou sua rotina de trabalho, das 5h às 17h, quando deixa a roça de mandioca e algodão. "Fico muito cansada para estudar", disse ela. "Eu sei que é difícil estudar quando se está cansado, depois de trabalhar", discursou FHC. "Mas é fundamental que cada um procure melhorar a si próprio, caso contrário não terá condição de trabalho melhor." As crianças entregaram pauta de reivindicações que "cobra ações mais radicais no combate ao trabalho infantil", segundo a Contag. Texto Anterior: PPB avisa a FHC que debaterá plebiscito Próximo Texto: Governo cobra reforma para tirar do foco a reeleição Índice |
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