São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 1996
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PT quer "desentocar" Pitta com ataques

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O PT decidiu mudar, outra vez, o eixo da campanha de Luiza Erundina. Agora, a candidata quer polemizar só com Celso Pitta (PPB).
Os objetivos: "desentocar" o pepebista e tirar seu padrinho político, o prefeito Paulo Maluf, do centro do duelo eleitoral em São Paulo -o que aconteceu até o momento.
Trata-se de nova tentativa de furar o "escudo" que Maluf construiu em torno de Pitta até 3 de outubro, embora a comparação entre dois tipos de gestão permaneça como um dos pilares da campanha.
Ao tirar o foco de Maluf, o PT pretende expor, segundo a cúpula da campanha, a fragilidade do candidato malufista. Além disso, no confronto, Erundina levaria vantagem por já ter sido prefeita (1989-1992), avaliam os petistas.
Ontem de manhã, em seu comitê, a candidata revelou a intenção de choque com Pitta. "Queremos chamá-lo a debates. Quem será o prefeito, Maluf ou Pitta? Se ele não for, é fujão. Vou dizer isso, vou dizer que tem medo. Duvido que ele conheça essa cidade como eu a conheço", disparou a petista.
Na realidade, o PT suspeita que o PPB use a mesma tática empregada pelo ex-presidente Fernando Collor, que evitou os debates na mídia (TV, rádio e jornais) em sua campanha, em 1989, e foi eleito.
Para Erundina, "Pitta só segue o 'script' definido por Duda Mendonça (publicitário do PPB) e Maluf. Fora do 'script', fica inseguro. Maluf tem um candidato submisso, que só levanta a mão quando Maluf manda. Ser obediente é realmente uma virtude dele (Pitta). Não é disso que a cidade precisa".
O passado de Pitta, ainda pouco conhecido, também será alvo das investidas petistas. Segundo Erundina, no primeiro turno -devido à quantidade de candidatos- não foi possível fazer essa polarização.
"Quem é Pitta? O que fez pela cidade e na política brasileira? Nada. Não basta ser afilhado de Maluf e ter trabalhado na Eucatex, firma de Maluf. Não basta ter sido secretário de Finanças e agora ter operações sob investigação do Banco Central", disse Erundina.
Hoje, às 11h, a petista recebe apoio de Roberto Freire, liderança do PPS. Às 12h, volta às ruas -pela primeira vez no segundo turno- com um "bandeiraço" na av. Paulista (região central).

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