São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 1996
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Crítica de Pitta pode levar a recuo em apoio

Candidato condena acerto entre vereador e prefeito

PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Celso Pitta, condenou ontem a conquista de apoio na Câmara Municipal pela concessão de benefícios a vereadores.
Milton Leite (PMDB), recém-eleito para o Legislativo municipal, declarou anteontem ter decidido apoiar Pitta porque recebeu do prefeito Paulo Maluf a promessa de alargamento de um trecho de avenida.
"Não concordo com isso. Em minha campanha e na minha postura, eu sempre combati qualquer tipo de fisiologismo. Essa situação não é do meu conhecimento e eu realmente não aprovaria", disse o candidato.
Segundo o vereador, o PT -partido de Luiza Erundina, adversária de Pitta no segundo turno- não aceitou a mesma proposta por não "conversar nesses termos".
Diante das declarações de Pitta, Leite ameaçou retirar seu apoio ao candidato do PPB. "Se ele não quiser o acordo, um abraço. Vou ver o que faço com meus 33 mil votos", disse o vereador à Folha.
Ele afirmou ainda que a obra é uma reivindicação dos moradores da zona sul e que o prefeito se comprometeu a atendê-la antes do final de seu mandato.
"E o Maluf garantiu que o Pitta vai dar continuidade às obras, se for necessário", completou.
Tucanos
O afilhado político de Maluf menosprezou a declaração de apoio de líderes tucanos em favor da candidata do PT. "Acho que são apoios pesados", disse Pitta, em tom irônico.
O secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, Emerson Kapaz, e o ex-governador Franco Montoro (ambos do PSDB) já manifestaram publicamente seu apoio à petista.
A respeito da possível influência dessas lideranças sobre o eleitorado, o pepebista fez questão de citar o desempenho tímido do candidato tucano na sucessão municipal.
"O passado recente e o insucesso da candidatura José Serra não recomendam essa possibilidade."
Durante carreata pela zona sul -sem a presença de Maluf-, Pitta não quis comentar as críticas de Erundina, que chamou o pepebista de "submisso e fujão".
"Não vou responder a esse tipo de colocação. Não foi essa a minha postura desde o início da campanha e não será agora", disse.
O candidato afirmou que sua assessoria estaria examinando a "conveniência" de debates com a petista.

Colaborou a Reportagem Local

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