São Paulo, sexta-feira, 11 de outubro de 1996
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BH monta festival de última geração

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Excluída do circuito internacional de dança contemporânea desde 1989, quando o Carlton Dance Festival deixou a cidade, a capital mineira resolveu montar sua própria mostra.
Trata-se do Festival Internacional de Dança (FID), cuja primeira versão ocorre entre 19 e 30 de novembro. Os seis grupos estrangeiros e os dois brasileiros também se apresentarão em São Paulo, de 26 de novembro a 6 de dezembro, a convite do Sesc-Ipiranga.
Segundo a idealizadora do FID, a bailarina Adriana Matos, os grupos convidados desenvolvem diferentes linhas de pesquisa dentro do que tem sido feito pela última geração da dança contemporânea.
Todos foram formados nos anos 90. A única exceção é o mineiro Cia. de Dança Burra.
"É um festival exclusivamente cultural. Não houve preocupação em saber se os espetáculos tiveram sucesso de público no exterior."
Matos conta que resolveu organizar o festival porque os outros eventos de dança contemporânea no Brasil não atendem às necessidades dos próprios dançarinos.
Deficientes
Uma das linhas de pesquisa mais polêmicas desenvolvidas na dança contemporânea é a do grupo inglês CanDoCo.
O CanDoCo foi criado em 1990 pela ex-integrante do London Contemporary Dance Theatre, Celeste Dendecker. Ela ficou paralítica após uma queda em cena e resolveu reunir outros deficientes para ver o que podia ser feito com as limitações de cada um.
Outra proposta radical é a do Mehmet Sander Dance Company (EUA), fundado pelo coreógrafo turco Mehmet Sander e sediado nos EUA, que se recusa a acrescentar emoção às suas coreografias.
Os bailarinos passam por sucessivas situações de risco, prendendo a atenção do espectador e impedindo que ele faça conjecturas sobre o "significado" emocional dos movimentos.
O espetáculo "Time Sailors" é um projeto que vem sendo desenvolvido desde 1994 pelo grupo austríaco Tanz Hotel e que envolve dança, música, arquitetura e novos meios.
O canadense Benoit Lachambre trará ao FID sua última coreografia, "The Water Fait Mal". O espetáculo busca uma nova forma de linguagem para criar um mundo sem ideologias onde "homem e mulher são apenas corpos em contato".
Segundo a organização do FID, as paranaenses Rosane Chamecki e Andrea Lerner, que trabalham juntas há seis anos em Nova York, trarão para o festival uma coreografia inédita, ainda sem título.

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