São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996
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TSE decide manter cédulas impressas

Justiça Eleitoral faz ajuste nas urnas

RICARDO AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O receio de que a substituição de urnas eletrônicas com defeito desse margem a fraudes eleitorais fez o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) recuar da idéia lançada anteontem pelo seu presidente, Marco Aurélio de Mello.
A decisão foi tomada ontem em reunião com os presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais, que criticaram a substituição. Com isso, o eleitor irá votar em cédula impressa no segundo turno, caso a urna eletrônica apresente defeito.
O presidente do TRE de São Paulo, Nélson Fonseca, foi um dos que criticou a substituição das urnas. Para ele, o grande número de seções na capital (cerca de 13 mil) inviabilizaria a troca. O TSE, porém, ainda pode decidir pela troca de uma urna por outra, caso o defeito ocorra antes do início da votação.
Todas as sugestões apresentadas ontem pelos presidentes dos TREs serão apreciadas nas sessões do TSE da próxima semana.
Três mudanças já estão praticamente definidas: a adoção de um temporizador entre os toques nos botões, a automatização dos processos de abertura e fechamento da urna e a passagem automática dos dados da apuração para o TSE.
O temporizador visa evitar que o eleitor que deixe o dedo durante muito tempo no botão tenha o número registrado duas vezes.
O caso de São Paulo pode servir como exemplo. O temporizador pretende evitar que um eleitor que deseje votar na petista Luiza Erundina (13) pressione por muito tempo o dígito 1 e acabe votando no pepebista Celso Pitta (11). Com o temporizador, o risco acaba.
Já a abertura e o fechamento automático das urnas vai facilitar a tarefa dos mesários. No dia 15 de novembro, em vez das quatro etapas para concluir o processo, o mesário cumprirá apenas uma -as demais serão automatizadas. A transmissão dos dados para o TSE também será automática.

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