São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

REPERCUSSÃO

Caetano Veloso, compositor - "Eu não sabia, tomei um grande susto. Eu gostava muito dele. Renato foi uma das figuras mais importantes dessa geração do rock dos anos 80. Era um sujeito que tinha uma força danada sobre o público com as suas canções que eu acho difícil de aprender, mas que as multidões aprendem e cantam. É impressionante. É uma perda muito grande".

Edgar Scandurra, guitarrista - "Estou chocado. Ele representava para mim um ideal do punk, do rock alternativo. Ele provou que um grupo pode manter fidelidade ao próprio trabalho, ser honesto e ainda assim conseguir o sucesso sem precisar perseguir esse mesmo sucesso".

Arrigo Barnabé, músico - "Conheço muito pouco o trabalho dele. Mas achava que ele era uma personalidade interessante. Há dois dias vi no metrô um garoto vestindo uma camiseta com uma letra da Legião Urbana. Alguma coisa sobre a solidariedade".

Dulce Quental, compositora - "Sofri muito pela perda do Cazuza e agora isso. Tenho uma sensação de que o mundo ficou impossível para pessoas com uma certa sensibilidade. Hoje, ao contrário da década passada, só há profissionais. Renato Russo é insubstituível para a nossa geração".

Angela RoRo, cantora - "Renato é uma desistência pueril e covarde. É tão ridículo quanto os lexotans e o queixo na jaca de vovó Rita Lee (vovó querida, vovó amada...). Só sei que, do jeito que todos desistem, a boneca como é que fica? Eu não aguento mais. Todo mundo está indo embora. Esta merda vai sobrar para mim".

Chico César, compositor - "As letras longas e complexas de Renato Russo desafiaram o óbvio e mostraram que os jovens queriam pensar, queriam músicas que levassem à reflexão. Isso o destaca dentro de sua geração. A morte de Renato Russo representa uma perda tão grande quanto a de Cazuza".

Leila Pinheiro, cantora - "Não tenho muito a dizer. Foi cedo demais. A vida pessoal dele era muito confusa, mas parecia que estava em um momento ascendente. Parece que o fim foi mais fácil. Quem permanece aqui é que fica com as dúvidas. Para o rock nacional e o pensamento jovem, essa perda é irreparável".

Wanderléia, cantora - "Fiquei muito triste. Gostava muito dele. Era um excelente poeta. Sempre vou me lembrar de um encontro maravilhoso que tive com ele no Municipal do Rio. Ele me abraçou, me levantou e me rodou".

João Bosco, músico - "Renato foi de grande importância para a música brasileira, por sua maneira bem particular de compor. Fiquei muito feliz quando a canção 'O Bêbado e o Equilibrista' teve um trecho citado no CD "Descobrimento do Brasil". Uma música que o Renato caracterizava como de extrema importância. Nos últimos tempos, encontrava Renato no estúdio quando gravávamos nossos discos".

Cássia Eller, cantora - "O Renato foi um líder para a nossa geração, a geração que nasceu na década de 60, como eu e o Cazuza. O trabalho dele me influenciou muito. Ele era muito preocupado com o país dele, com a situação política. Estava sempre triste e bravo".

Texto Anterior: Filho não comparece
Próximo Texto: Opção sexual; Aids; Amor; Drogas e álcool; Espírito
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.