São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996
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Roupas chegam mais baratas às lojas

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A coleção primavera-verão chega mais barata às lojas neste ano.
Para a Abravest (Associação Brasileira do Vestuário), as roupas custam cerca de 11% menos do que no final de 1995.
Por muitos anos, o segmento de vestuário puxou para cima os índices de inflação. Isso mudou.
"Desde o Plano Real, o setor tem contribuído para a queda da inflação", diz Heron do Carmo, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe.
Para ele, os preços da coleção primavera-verão vão cair mais. Nos seus cálculos, a queda será de mais 6% até março de 1997.
O preço da coleção primavera-verão comercializada de outubro de 1995 a março deste ano, lembra, havia caído ainda mais -14,4%, no período.
Tudo porque o vestuário era exageradamente caro no país. "Brasileiros chegavam a encher malas de roupas em Nova York para vender no país e ganhar muito dinheiro."
Competitividade
Roberto Chadad, presidente da Abravest, diz que os preços estão menores porque toda a cadeia têxtil se ajustou. Fiações, tecelagens e confecções que permaneceram no mercado estão mais competitivas no país e no exterior.
"Nunca pensei que pudesse comercializar um metro de tecido por R$ 1. Esse é o preço de muitos dos artigos que vendo", diz Romeu Curi Cassia, dono da Cassia-Nahas, atacadista de tecidos.
Sobre o ano passado, conta ele, a queda nos preços varia de 5% a 10%. Sobre 1994, chega a 50%.
Os tecidos que custam R$ 1 o metro linear são os de algodão, com 90 centímetros de largura.
Os artigos de poliéster com 1,15 metro de largura saem por R$ 1,50 o metro linear. Os de viscose que têm 1,40 metro de largura custam R$ 1,85 o metro linear.
Fim de ano
Por conta dos preços menores, confeccionistas e lojistas prevêem um bom final de ano.
Chadad diz que as confecções devem comercializar neste ano 4,2 bilhões de peças -praticamente o mesmo volume do ano passado.
"É um excelente número, já que passamos a ser o sexto maior mercado de confecções do mundo." O recorde de vendas foi em 1986 -5,3 bilhões de peças.
Em setembro, segundo dados da Abravest, a produção cresceu 19,31% sobre igual mês do ano passado e 5,06% sobre agosto.
No mês passado, diz a associação, os preços caíram 0,07% sobre setembro de 1995. De janeiro a setembro, a queda foi de 0,26%.
Para Carmo, é provável que a chegada da nova coleção pressione "um pouco" o índice de inflação de novembro, como acontece todos os anos. "É o efeito moda." O vestuário tem peso de 8,66% no índice da inflação. O maior peso é o da alimentação, com 30,81%.

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