São Paulo, sábado, 12 de outubro de 1996
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Bispo quer solução da ONU para conflito

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O bispo Carlos Filipe Ximenes Belo, 48, administrador apostólico de Dili, afirma não ter uma solução concreta para o conflito no Timor Leste e considera que a ONU deve dar essa resposta.
"Eles devem decidir o que é melhor. Nós trabalhamos para que sejam respeitados os direitos humanos", disse Ximenes Belo.
O bispo defende a autodeterminação do povo do Timor Leste, condena a ocupação da Indonésia, mas também critica a Frente Revolucionária do Timor Leste Independente, que luta pela independência da região (acusa-os de também provocar o governo).
Ximenes Belo sempre afirmou considerar "a paz mais importante do que a independência".
O bispo da congregação salesiana defende há mais de dez anos os direitos humanos na região.
Nascido no dia 3 de fevereiro de 1948, no povoado de Wailacalma (Timor Leste), começou a se dedicar à religião aos 13 anos. Foi estudar teologia em Portugal e Roma.
Voltou depois ao Timor Leste, onde se tornou professor de noviços salesianos. Em 1988, foi nomeado pelo papa o bispo de Dili.
Em 1989, causou a ira dos governantes da Indonésia ao pedir ao então secretário-geral da ONU, Javier Pérez de Cuéllar, um referendo sobre o futuro do Timor Leste.
Considerado um mediador, mantém à mão uma lista com os desaparecidos da região e acusações contra o governo -como sobre a esterilização de mulheres.
Prega em português e nas línguas nativas, por considerar importante a preservação da cultura local.
O bispo Ximenes Belo joga basquete e pingue-pongue e é aficionado por música e futebol.

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