São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996
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Renato Russo deixou material inédito do Legião Urbana

DA SUCURSAL DO RIO

O presidente da gravadora EMI, Aloísio Reis, disse que o grupo Legião Urbana tem muito material inédito gravado com a participação de Renato Russo.
Segundo ele, uma reunião com os demais participantes do grupo, provavelmente daqui a duas semanas, definirá o que será feito com esse material.
"Todo grupo de rock sempre tem material gravado. No caso do Legião Urbana, esse material é relativamente grande", disse Reis.
Algumas dessas faixas inéditas teriam letras melancólicas. Pelo menos uma teria duração muito maior do que o habitual em discos de música pop, dez minutos.
O presidente da EMI compareceu à cerimônia de cremação do corpo de Russo acompanhado do vice-presidente da gravadora, João Augusto, e do diretor jurídico, João Carlos de Camargo Eboli.
"Até agora não tivemos tempo de pensar, só de chorar", disse Reis.
Ele disse que conversou anteontem com o guitarrista Dado Villa-Lobos e que este também "estava transtornado".
O Legião Urbana é contratado da EMI desde 1984 e lançou todos os seus discos pela gravadora.
Segundo Reis, o último disco do grupo, "A Tempestade ou o Livro dos Dias" foi lançado com uma prensagem de 340 mil cópias, a maior tiragem inicial de um disco do grupo.
Vendagem contínua
A característica de mercado do Legião Urbana, segundo Reis, é de manter uma vendagem contínua dos seus discos. Três deles venderam mais de um milhão de cópias mas, de acordo com Reis, nenhum teve a vendagem concentrada em curto período.
Reis avalia que, como acontecimentos trágicos sempre têm reflexos no mercado, é possível que o último disco do grupo lançado com Renato Russo ainda vivo tenha uma característica de vendagem diferente.
Best sellers
Com a morte de Renato Russo, a EMI perdeu seu segundo best seller em um ano. O primeiro foi o grupo Mamonas Assassinas, cujos integrantes morreram no dia 2 de março deste ano, em acidente de avião.
João Augusto disse que os dirigentes da EMI não sabiam que Renato Russo sofria de Aids.
Para Augusto, os sinais de doença que o compositor e cantor vinha apresentando eram decorrentes de uma crise de "depressão química".
Ele disse ainda que os problemas de saúde nunca interferiram no comportamento profissional do compositor. "Ele tinha um pique enorme", disse.

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