São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996
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Novas unidades teriam minério e índios

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Militares que defendem a criação dos Territórios do Rio Negro e do Alto Solimões acreditam que a medida poderia resolver um impasse para as Forças Armadas: garantir a segurança da fronteira do Brasil na Amazônia e dos recursos naturais da região.
O Território Federal do Rio Negro, com capital em São Gabriel da Cachoeira (860 km de Manaus), teria área total de 346 mil km2, na fronteira com Colômbia e Venezuela.
Cerca de 90% dos 44 mil habitantes da região são de origem indígena (tucano, piratapuia, cubeu, macu, curipacu e ianomâmi).
A cidade de São Gabriel da Cachoeira, às margens do Rio Negro, na região conhecida como "Cabeça do Cachorro", é considerada um ponto estratégico da Amazônia pelos militares.
O município foi escolhido para abrigar um dos radares do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
Nave espacial A cerca de 30 km de São Gabriel da Cachoeira, próximo ao Pico da Neblina, fica uma das maiores reservas mundiais de nióbio -mineral de alta resistência que é utilizado na fabricação do corpo de naves espaciais.
Outra característica do Território, caso ele venha a ser criado, seria a presença problemática de garimpeiros e a extração ilegal de madeira.
O Território Federal do Alto Solimões teria a capital em Tabatinga, às margens do rio Solimões -a cerca de 1.100 km de Manaus.
Englobaria ainda os municípios de Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Iça e Tocantins.
A área teria 130 mil km2 (fronteira com Colômbia e Peru, na altura de Tabatinga), com cerca de 91 mil habitantes. A fronteira trinacional é conhecida pelos seus problemas, principalmente narcotráfico, extração ilegal de madeira e os guerrilheiros da vizinha Colômbia.

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