São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996
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Apartamentos têm infiltração e rachadura

ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de serem construções recentes, alguns apartamentos do Cingapura apresentam problemas como infiltrações e rachaduras.
José Lourenço de Melo, síndico do bloco 5 do Cingapura Interlagos, afirma que alguns problemas surgiram durante a construção.
"Eles construíram o prédio com blocos de espessura insuficiente para prédios desse porte", disse. "Procuramos a empreiteira OAS, responsável pela obra, e a prefeitura para reclamar."
"Depois disso, a OAS terminou o prédio com blocos maiores, e prometeu que voltaria para fazer reforços caso fossem necessários. O edifício está rachado de cima a baixo", afirmou.
O chão do apartamento de Ramildo Rodrigues, também morador da unidade de Interlagos, sofreu rachaduras pouco tempo depois que a família se mudou.
"Quando fui fazer o acabamento, o chão já estava rachado. Coloquei o contrapiso como o pessoal da obra explicou. Três meses depois, vendo TV na sala, minha mulher começou a ouvir o estalo dos azulejos rachando."
O apartamento de Maria do Carmo Silva está com infiltrações na parede de um dos quartos. "A infiltração está piorando. Rebocamos uma parte, mas não adiantou. A mancha já cobre quase toda a parede do quarto."
Outro problema é o esgoto. "A favela já tinha uma rede de esgoto e de escoamento da água da chuva. Cada casa tinha a sua própria caixa de esgoto", diz Misael Machado, morador de um barraco em Interlagos. "Quando derrubaram os barracos, em vez de fechar cada saída, demoliram tudo, o que encheu a rede de terra e cascalho."
Segundo ele, "o esgoto agora vai todo para o córrego; a rede, que antes funcionava tão bem, agora não serve para mais nada", diz.
Josete Pereira de Sousa, moradora do bloco 9, também reclama. "Na semana passada, a rede entupiu do bloco 7 até o 9. Os moradores tiveram de entrar no esgoto para limpar, porque, quando se dava descarga em um apartamento, a água invadia o de baixo", conta.
A prefeitura diz que as empreiteiras são responsáveis pela manutenção dos apartamentos por cinco anos. A Folha procurou a OAS, mas não obteve resposta.

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