São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996 |
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Índio quer apoio de 'não-índios'
ABNOR GONDIM
Ele venceu a disputa municipal, com 1.713 votos, contra 1.448 votos de Sérgio Gomes (PSDB). Com um colar e pulseira de dentes de macaco, ele esteve esta semana em Brasília para convidar o presidente Fernando Henrique Cardoso para a sua posse. João Neves contou com a ajuda de não-índios para se eleger. A população indígena do Estado é de cerca de 4.000 pessoas, mas somente 1.320 têm título de eleitor. "Vou governar para todos e o meu secretariado será formado por índios e não-índios", diz. Índio da tribo galibi marworno, Neves tem fortes laços com a "civilização". É casado com uma não-índia, com a qual tem dois filhos, e já é vereador em Oiapoque. Ele quer estreitar relações com a Guiana Francesa, vizinha a Oiapoque, cujas autoridades serão convidadas para a sua posse. "Queremos incrementar o turismo no município, atraindo os franceses que visitam a Guiana e querem conhecer o Brasil." O secretário-executivo do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Saulo Feitosa, informou que 83 índios participaram das eleições. Outro índio eleito prefeito foi Marcos Potiguara (PMDB), em Baía da Traição (PB). Ele vai substituir a índia Nanci Potiguara. Texto Anterior: Urnas expõem Brasil 'multicultural', de índios a gays Próximo Texto: 'Voto não é no travesti', diz eleito Índice |
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