São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996 |
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'Voto não é no travesti', diz eleito
ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA
Kátia, que se elegeu vereadora pelo PFL em 1992, foi o primeiro travesti a receber um mandato público no país. Ela é favorita para ocupar o cargo de presidente da Câmara e diz que pretende se candidatar à prefeitura no ano 2000. "As pessoas não estão votando em um travesti, mas em uma mulher guerreira. Sou uma senhora de bem", diz Kátia. Surpresa por ser o único homossexual a se eleger no país, a vereadora procura uma explicação: "É que as outras bichas não são conhecidas. Não se elegeram porque não fazem o trabalho digno que eu faço. É dando que se recebe." Kátia diz que, no seu segundo mandato, sua meta é conseguir do governo federal um médico para a região. No plano pessoal, afirma querer adotar uma menina. Os outros candidatos não tiveram sucesso. Em geral, obtiveram menos de 0,1% dos votos em seus municípios, com a exceção de Toni Reis, candidato pelo PT em Curitiba (PR), que recebeu 2.617 votos (0,32% do total) e não foi eleito por cerca de 600 votos. Em números absolutos, o candidato mais votado foi Cláudio Nascimento, do PT no Rio de Janeiro, que recebeu 3.113 votos (0,09% do total da cidade). Ele é diretor do grupo gay Arco-íris. Texto Anterior: Índio quer apoio de 'não-índios' Próximo Texto: 'Mulher, negra e pobre sofre' Índice |
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