São Paulo, domingo, 13 de outubro de 1996
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Pizza

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SÍLVIO LANCELLOTTI
Acabou mesmo em

SÍLVIO LANCELLOTTI
ACABOU MESMO EM PIZZA A CRISE DO FUTEBOL DA ITÁLIA.

Detonado pelo seu autoritarismo e pelo fracasso da "Azzurra" no Euro-96, Antonio Matarrese, presidente da Figc, não conseguiu se recandidatar a um novo mandato. Pior, nas eleições de agosto, nenhum dos seus opositores, Luciano Nizzola, da liga dos clubes, e Giancarlo Abete, da Série C, obteve os votos necessários para sucedê-lo. Diante do impasse, o Comitê Olímpico da Bota entregou a federação a um interventor, Raffaele Pagnozzi.
Um excelente articulador, jornalista de origem, Pagnozzi, de todo modo, está aproveitando espetacularmente a sua interinidade. Além de costurar um pacto delicadíssimo entre Nizzola e Abete, promete uma revolução na estrutura executiva do futebol peninsular.
Em troca de uma participação maior nos rendimentos das loterias esportivas do país, a Série C de Abete vai conceder a Nizzola os votos necessários a sua consagração. Além do seu presidente, de funções estritamente políticas, a federação também disporá, porém, de um administrador profissional.
A consolidação do acordo foi marcada para 14 de dezembro e, até lá, caberá a Pagnozzi definir, somente, o nome desse administrador.
Na última semana, multiplicaram-se as especulações.
Foram lembrados personagens como Luca di Montezemolo, o "capo" da organização da Copa de 90, e de uma mulher, Letizia Brichetto Moratti, da família que detém a maioria das cotas acionárias da Internazionale de Milão. Bem mais viável, todavia, parece ser a escolha de Franco Dal Cin, dono da Reggiana, um empresário agressivo a ponto de construir sozinho o estádio do seu time.
Presentemente, na cúpula do "calcio", Dal Cin dirige uma espécie de comissão de marketing da Figc, um negócio de US$ 5 bilhões ao ano.

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