São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 1996
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Aumenta a disputa no mercado de latas

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

A concorrência no mercado nacional de latas de alumínio está mais acirrada desde o final de setembro, com o início das operações no país da nova fábrica da Crow Cork, uma das maiores produtoras de latas no mundo.
A disputa tende a aumentar até o final do ano, quando mais duas fábricas começam a produzir: uma da American National Can e outra da Latapack Ball.
Juntas, as três empresas já investiram US$ 250 milhões e serão responsáveis pela produção de mais de 4,5 bilhões de latas por ano, mais que o total produzido em 96.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alumínio (Abal), o total de investimentos no setor em 96, entre expansão e novos empreendimentos, chegou a US$ 450 milhões.
Liderado pela Latasa desde 1990, o mercado deve sofrer uma reviravolta com o aumento da concorrência.
Se em 95 o país teve que importar 500 milhões de latinhas para atender a demanda, a previsão para 97, segundo empresários do setor, é de que vai sobrar lata.
Um levantamento da Abal comprova, no entanto, o crescimento do mercado no país. O Brasil já é o terceiro em produção no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Novas empresas
Em 95, foram produzidas 3,3 bilhões de latas de alumínio no país, número insuficiente para atender ao mercado. Para este ano, a expectativa é de atingir a produção de quase 4 bilhões.
Até o ano 2000, esse número deve chegar aos 9 bilhões.
Esse crescimento também tem impulsionado o surgimento de outros negócios, como o de reciclagem de alumínio.
A previsão da Abal é de que pelo menos três novas empresas do ramo passem a operar no Brasil nos próximos meses.
Monopólio De 1990 até o mês passado, a Latasa foi a única empresa a produzir latas de alumínio no Brasil.
A empresa, uma associação entre a Reynolds Metals Co. e os bancos Bradesco e J.P. Morgan, não ficou parada esperando as concorrentes chegarem.
A Latasa investiu pesado neste ano e pretende, em 1997, produzir cerca de três bilhões de latas.
"Existe mercado para essa produção. A concorrência não será problema para uma empresa que domina o mercado desde 90", afirma José Roberto Giosa, diretor de reciclagem da Latasa.

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