São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 1996
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Qualidade vai definir quem fica no país

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

As previsões de mudança no perfil produtivo do setor de latas de alumínio a partir de 1997 estão gerando rumores no mercado de que uma das empresas estrangeiras não sobreviverá à concorrência.
Boa parte dos empresários do setor acredita que, mesmo com grande crescimento do consumo de bebidas, as três novas empresas não conseguirão margem de lucro nos próximos dois anos.
"Todos vão começar a produzir ao mesmo tempo. Quem não estiver bem estruturado não vai suportar ficar no vermelho", afirma Jorge Bannitz, diretor financeiro da Latapack-Ball.
Já para Nelson Rossi, presidente da ANC do Brasil, não vai haver sobra. "As empresas devem ter a mesma performance, o que vai gerar um equilíbrio. Além disso, tudo aponta para o crescimento do setor", diz ele.
Na Crow Cork, a expectativa é de um "ajuste de mercado a partir de 98", segundo Rinaldo Lopes, gerente comercial da empresa.
Para pegar sua fatia do bolo, as empresas -inclusive a Latasa- estão investindo em alta tecnologia para a fabricação do produto.
O objetivo, segundo as empresas, é produzir latas cada vez mais parecidas com as adotadas nos mercados dos EUA e da Europa.
Quem é quem
Entre as estrangeiras, a Crow Cork é a primeira a entrar em operação. A nova fábrica da empresa fica na região de Cabreúva (interior de São Paulo) e já está distribuindo seu produto.
A Crow Cork investiu US$ 90 milhões no projeto, viabilizado por meio de uma joint venture com o grupo gaúcho Petropar.
A fábrica terá capacidade inicial para produzir 1,6 bilhão de latas por ano a partir de 97.
No próximo mês começa a operar a American National Can (ANC), empresa que pertence ao grupo francês Pechiney. A ANC investiu US$ 70 milhões na construção de uma fábrica em Extrema (MG) e vai produzir 1,5 bilhão de latas/ano.
A terceira fábrica, que começa a operar em dezembro de 96, é a Latapack-Ball, uma holding controlada pela empresa norte-americana Ball em parceria com um grupo de investidores brasileiros.
O novo empreendimento, em fase final de construção em Jacareí (interior de São Paulo), teve investimento de US$ 90 milhões. A produção deve acompanhar a das concorrentes, cerca de 1,5 bilhão latas por ano.

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