São Paulo, segunda-feira, 14 de outubro de 1996
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Negros e brancos duelam

EDSON FRANCO
DA REPORTAGEM LOCAL

Juntar em um mesmo palco os guitarristas americanos Mark Whitfield e John Pizzarelli foi uma das idéias mais felizes do Free Jazz deste ano. Foi um jogo de xadrez no qual a platéia pôde apreciar genealogias diferentes de guitarra.
Defendendo as peças negras, Whitfield abriu a noite no New Directions e mostrou ser filho da linhagem dos guitarristas negros Wes Montgomery e Grant Green.
Provou que é dono de um timbre encorpado, adora tocar em oitavas e é um apóstolo da tensão musical.
Pelo termômetro das palmas, a guitarra branca terminou a noite vitoriosa. Mas foi uma vitória em termos. Enquanto Pizzarelli não corria riscos e apresentava repertório conhecido, Whitfield procurava um lugar na história do jazz, o que é bem mais complicado.
O Club assistiu à mais enfadonha apresentação entre os guitarristas da noite. Earl Klugh mostrou que ainda não conseguiu se livrar da mistura de fusion com muzak.
Se deu bem quem antes assistiu ao show da banda de Paulinho Trompete. Apesar de alguns problemas de entrosamento, Paulinho apresentou alternativas interessantes para a música instrumental brasileira.

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