São Paulo, terça-feira, 15 de outubro de 1996
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Presidente diz que Estado não foi feito para atender aos pobres

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem que o Estado brasileiro não foi feito para atender aos pobres, mas aos ricos.
"Não adianta só o presidente querer, um grupo de pessoas de boa vontade querer. É preciso mudar toda uma mentalidade", disse.
FHC afirmou que, com a manutenção do crescimento e sem a corrupção e o clientelismo, o governo vai incluir mais gente em seus programas sociais e assim aumentar o bem-estar da população.
Em entrevista ao caderno Mais!, publicada anteontem, o presidente já havia afirmado que seu governo é progressista, porque permitiu que mais gente consumisse, mas que gostaria de incorporar mais pessoas ao consumo. "Não vou dizer que ele (governo) é dos excluídos, porque não tem condição de ser. Aspiraria poder incorporar mais, mas não posso dizer que seja", disse FHC na entrevista.
Ontem, o presidente disse que o Brasil ainda tem uma "massa de excluídos" muito grande. "Precisamos reduzir com energia o número desses excluídos."
"O fato de nós nos regozijarmos porque estamos avançando não significa que estejamos contentes com o avanço", disse FHC.
FHC participou ontem, no Planalto, da cerimônia de lançamento do carimbo comemorativo pelos 50 anos do livro "Geografia da Fome", de Josué de Castro.
Castro foi presidente da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) de 1952 a 1956. "Geografia da Fome" foi traduzido em 24 idiomas.
Para comemorar os 50 anos do livro, a Fundação Oswaldo Cruz está lançando um concurso de monografias sobre o trabalho de Josué de Castro. "(O livro) dizia com clareza algo que se sentia (...), de que há uma relação direta da fome com a desnutrição, e da desnutrição com o subdesenvolvimento e com a miséria", disse FHC.

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