São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996
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Ciro anuncia apoio a Erundina e quer que petistas votem em tucano no Rio

ANA MARIA MANDIM
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao formalizar seu apoio à candidata petista à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina, o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PSDB) disse que irá ao Rio, depois de amanhã, pedir o apoio dos eleitores do PT para o candidato peessedebista, Sérgio Cabral Filho.
O PT carioca prega o voto nulo no segundo turno, disputado por Cabral Filho e pelo candidato do PFL, Luiz Paulo Conde.
Além do ex-ministro, estiveram ontem no comitê de Erundina Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e filiado ao PTB, e Olívio Dutra (PT), ex-prefeito de Porto Alegre, que participaria ontem e hoje da campanha.
Gomes criticou o PT do Rio pela decisão de voto nulo "que significa tirar do eleitor um espaço de cidadania, o direito de votar".
Na opinião de Gomes, essa decisão não deve levar o PSDB de São Paulo a negar o apoio a Erundina: "Cada caso é um caso. Não vamos imitar o erro (do PT carioca). Está em jogo o destino de cidades e de milhões de pessoas".
Plenária de sindicatos
Paulinho prometeu fazer campanha em porta de fábrica e organizar plenária "com o maior número possível de sindicatos" para a petista expor suas propostas.
Erundina disse que quer ir à porta de empresas que tenham contingente grande de mulheres.
O dirigente sindical afirmou que governo de coalizão, vale-transporte para desempregado e construção de casas populares são os pontos do programa da petista que mais o interessaram. Segundo o sindicalista, seu apoio a Erundina é o cumprimento de promessa que fez no primeiro turno, quando trabalhava para o PTB.
Ironias
Erundina ironizou declarações de seu adversário, o pepebista Celso Pitta, de que ela, em sua gestão na prefeitura (1989/92), "não nomeou nenhum secretário negro".
"Ele agora começou a falar, ele sabe, está falando alguma coisa. Até então, quem falava por ele era o padrinho dele (o prefeito Paulo Maluf)."
Virando-se para Paulinho, que havia repetido ironicamente "ele (Pitta) fala", Erundina repisou: "Ele fala, ele pensa, se é que não foi o Duda (Mendonça, publicitário) quem mandou ele dizer isso".
A petista disse que responderá ao secretário nos debates aos quais "ele está se negando a ir": "Ele que venha a todos os debates que estão sendo propostos e acertaremos contas em relação às questões que ele está colocando".

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