São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996
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Collor quer tentar a Presidência em 98

Ex-presidente espera ser anistiado

DA AGÊNCIA FOLHA; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-presidente Fernando Collor de Mello disse à TV CNN que quer se candidatar à Presidência em 98.
"Vai depender da decisão do Congresso de me restituir os direitos políticos para que eu possa preparar minha campanha", disse Collor em Miami (EUA), onde está morando, referindo-se a um projeto que anistia políticos cassados.
Acusado de participar de esquema de corrupção chefiado por PC Farias, Collor reivindicou o direito de ser julgado pela população: "O Senado me suspendeu os direitos políticos. Agora, falta o povo fazer seu julgamento. Isso só poderá ser feito por meio de uma eleição".
O ex-presidente sofreu impeachment em 92. Ele teve seus direitos políticos cassados até o ano 2000.
A apresentadora do telejornal da CNN disse que, após o impeachment, a Justiça "recusou cada acusação apresentada".
Collor justifica sua candidatura em 98 como sendo chegado o momento de dar "uma compensação social ao enorme sofrimento que a gente brasileira agora sofre".
Collor defendeu a reeleição, "mas para o próximo presidente". Sobre FHC, disse que "não seria um oponente muito forte".
Receita
Collor será intimado a se apresentar à Delegacia da Receita Federal de Brasília. A intimação será publicada na edição de quinta-feira do "Diário Oficial" da União.
A Receita quer saber por que Collor não é encontrado no seu endereço fiscal, no Brasil. Ele é acusado de sonegar entre R$ 6 milhões e R$ 8 milhões de IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física), relativos à campanha eleitoral de 89.
O Conselho de Contribuintes, que julga o caso, enviou várias convocações a Collor. Ele não foi localizado, e seu advogado, Fernando Neves da Silva, teria se recusado a recebê-las. A Folha não conseguiu encontrar Silva ontem.

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