São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996 |
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Encontro de cientistas na USP faz homenagem a geógrafo
DA REPORTAGEM LOCAL O processo de globalização da economia vem fazendo com que o Brasil atravesse um processo de fragmentação, ao mesmo tempo em que a nação está se reconstruindo por meio das cidades.A idéia de que as cidades são a nova nação foi a principal tese defendida por Milton Santos, geógrafo e professor da USP (Universidade de São Paulo), durante sua conferência sobre o tema, no encontro internacional "O Mundo do Cidadão - Um Cidadão do Mundo", que se encerra hoje. O encontro, que desde domingo reúne cientistas de vários países no anfiteatro da geografia, na USP, é uma homenagem ao geógrafo, que há 13 anos é professor da universidade. No ano passado, Santos recebeu o prêmio "Vautrin Lud", concedido na França aos pesquisadores que mais se destacam nas ciências humanas. Em maio, ele completou 70 anos e se aposentou, sendo eleito professor emérito. "Nas universidades do mundo inteiro, os professores que se aposentam compulsoriamente aos 70 anos são homenageados", explica Maria Adélia de Souza, 56, professora titular da USP e organizadora do encontro. Além da homenagem, a intenção de "resgatar o papel do professor e promover a sua valorização nesses tempos de burocratização" foi, segundo a organizadora, outro objetivo do seminário. Em entrevista à Folha, Santos criticou "a invasão da burocracia nas universidades". Essa seria a razão do comportamento homogêneo dos professores, que, segundo ele, é incompatível com a atividade intelectual. O encontro marcou também o lançamento de três livros, entre eles "A Natureza do Espaço - Técnica e Tempo, Razão e Emoção", de autoria do próprio homenageado. Texto Anterior: STF julga hoje liminar da UNE contra 'provão' nas faculdades Próximo Texto: Dona-de-casa é internada em Franca por picada de escorpião Índice |
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