São Paulo, quarta-feira, 16 de outubro de 1996 |
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Congresso recebe hoje projeto sobre o IR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O governo encaminha hoje ao Congresso Nacional o projeto de lei que altera as regras do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) para 1997.A nova legislação elaborada pela Receita Federal deve incluir um regime especial de fiscalização, que permitirá exame mais ostensivo das contas de empresas que já tenham antecedentes de sonegação. O objetivo da Receita Federal é coibir a sonegação de impostos e o envio ilegal de dinheiro ao exterior. Se o projeto for aprovado, a Receita poderá contar com mais recursos para tentar combater operações de remessa ilegal de dinheiro para paraísos fiscais. Um dos artifícios usados com frequência por multinacionais é o chamado preço de transferência. A empresa declara preços supervalorizados ou subvalorizados para os produtos que negocia com paraísos fiscais. Com isso, transfere seus lucros não declarados ou traz de volta suas divisas. O projeto do IRPJ chega a definir o que é paraíso fiscal -local onde a tributação de empresas é pequena ou nula- para identificar essas operações. Para a Receita, trata-se do país que aplica alíquota igual ou inferior a 20% sobre lucros das empresas. A Receita também dispõe de um estudo, elaborado por sua Coordenação Geral de Pesquisa e Investigação, que identifica 28 locais como paraísos fiscais. O projeto que vai ao Congresso também deverá simplificar a rotina das empresas. Créditos "podres" -vencidos e não recebidos- poderão ser abatidos na base de cálculo do IRPJ. A apuração do lucro das empresas também deve passar de mensal para trimestral. Outra simplificação prevista é a permissão para que o pagamento excedente de qualquer tributo possa ser deduzido do total a pagar de IRPJ. Além disso, o projeto deve permitir que as empresas concedam auxílio-refeição e vale-transporte em dinheiro, sem a necessidade de se inscrever no PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador). Esses benefícios devem ser fixados em R$ 100 por mês. Outra alteração nas regras atuais deverá afetar as empresas de "factoring", que trabalham com a compra de cheques pré-datados. Consideradas anteriormente como empresas comerciais, elas agora devem ser classificadas como instituições financeiras. Esse fato abre precedente para que sua carga tributária, em geral, seja aumentada. A intenção da Receita Federal foi adequar o IRPJ às regras da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), organismo internacional de países mais desenvolvidos no qual o Brasil pretende ingressar. Também houve preocupação em simplificar as normas para estimular as empresas a pagar regularmente o imposto. Texto Anterior: Países fazem protocolo de cooperação Próximo Texto: Conheça as mudanças no IRPJ Índice |
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