São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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Cresce empréstimo a Estados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O programa federal de socorro provocou em setembro um aumento de 257% no total de empréstimos contraídos por Estados e municípios, na comparação com o mês anterior.
O total de empréstimos tomados por Estados e municípios saltou de R$ 86,4 milhões para R$ 458,9 milhões entre agosto e setembro. É o maior valor desde julho deste ano.
A maior parte dos novos empréstimos foi feita por meio da linha de crédito da CEF (Caixa Econômica Federal) para custear programas de demissões voluntárias.
Ou seja: o governo está incentivando o aumento de endividamento dos Estados para financiar a redução dos gastos com pessoal.
Em setembro, o Rio contraiu empréstimo de R$ 200 milhões para custear a demissão de funcionários. Minas Gerais tomou R$ 130 milhões com o mesmo objetivo.
Alagoas levou R$ 65 milhões, mas o destino do dinheiro não foi a redução de pessoal.
O governo autorizou empréstimos da CEF para que o Estado cumprisse as folhas de pagamento de abril e maio, evitando uma intervenção federal em Alagoas.
Em troca, o Estado entregou como garantia ações da Ceal, a companhia energética do Estado, e assinou documento pelo qual se comprometeu a implantar um programa de demissão voluntária.
Com o programa de ajuste fiscal, os bancos federais passaram a ser os maiores financiadores de Estados e municípios.
Eles tomaram em setembro R$ 40 milhões em AROs. Em janeiro último, foram R$ 802,5 milhões. Parte da queda se deve à proibição desse tipo de empréstimo pelos municípios, devido às eleições.
As AROs cobram juros mais altos e têm prazos mais reduzidos que as linhas de crédito federais.
A dívida em títulos dos Estados e municípios cresceu 1,79%, passando de R$ 47,4 bilhões em agosto para R$ 48,2 bilhões.

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