São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996 |
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"O meu é um cinema da memória", diz Angelopoulos
AMIR LABAKI
Memória e arte, mito e história confundem-se em seus dez longas, de "Reconstituição" (70) a "Um Olhar a Cada Dia" (95). É um cinema exigente, marcado por narrativas compassadas e elaboradíssimos movimentos de câmera. Angelopoulos falou longamente à Folha em Cannes-95. Leia abaixo uma síntese de suas declarações. * POR QUE FILMAR - "Filmo para mim, para meus amigos e para adocicar o tempo que passa." CINEMA DA MEMÓRIA - "O meu é um cinema da memória, de certa forma. É minha leitura de certo período, não a atual, mas a fresca, a daquele momento. Não acho que exista passado. Tudo é presente. Não esquecemos do que aconteceu antes. Tudo volta e volta e volta, queiramos ou não." GRÉCIA - "Há muita desesperança. Há um passado que parece muito pesado. Quando o presente não é tão bem-sucedido quanto o passado, há uma sensação de desequilíbrio, que se exprime por uma espécie de catastrofismo." IMPOTÊNCIA DO FILME - "O cinema tem um número restrito de espectadores. Uma parte insuficiente de pessoas vai ser atingida. E políticos não ligam para esse tipo de coisa." Texto Anterior: ALEXANDRE, O GRANDE; VIAGEM A CITHERA; O APICULTOR; PAISAGEM NA NEBLINA; O PASSO SUSPENSO DA CEGONHA; UM OLHAR A CADA DIA Próximo Texto: Diretor da solidão e ceticismo Índice |
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