São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"O meu é um cinema da memória", diz Angelopoulos

AMIR LABAKI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Com a exceção de seu curta de estréia, todos os filmes dirigidos pelo cineasta grego Théo Angelopoulos, 61, estão reunidos na principal retrospectiva desta 20ª Mostra.
Memória e arte, mito e história confundem-se em seus dez longas, de "Reconstituição" (70) a "Um Olhar a Cada Dia" (95). É um cinema exigente, marcado por narrativas compassadas e elaboradíssimos movimentos de câmera.
Angelopoulos falou longamente à Folha em Cannes-95. Leia abaixo uma síntese de suas declarações.
*
POR QUE FILMAR - "Filmo para mim, para meus amigos e para adocicar o tempo que passa."

CINEMA DA MEMÓRIA - "O meu é um cinema da memória, de certa forma. É minha leitura de certo período, não a atual, mas a fresca, a daquele momento. Não acho que exista passado. Tudo é presente. Não esquecemos do que aconteceu antes. Tudo volta e volta e volta, queiramos ou não."

GRÉCIA - "Há muita desesperança. Há um passado que parece muito pesado. Quando o presente não é tão bem-sucedido quanto o passado, há uma sensação de desequilíbrio, que se exprime por uma espécie de catastrofismo."

IMPOTÊNCIA DO FILME - "O cinema tem um número restrito de espectadores. Uma parte insuficiente de pessoas vai ser atingida. E políticos não ligam para esse tipo de coisa."

Texto Anterior: ALEXANDRE, O GRANDE; VIAGEM A CITHERA; O APICULTOR; PAISAGEM NA NEBLINA; O PASSO SUSPENSO DA CEGONHA; UM OLHAR A CADA DIA
Próximo Texto: Diretor da solidão e ceticismo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.