São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 1996
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Procurador apóia controle sobre a polícia

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, e outros 26 procuradores gerais de Justiça de Estados brasileiros assinaram anteontem, em Brasília, um manifesto de apoio ao ato normativo do Ministério Público paulista que prevê o controle da Polícia Judiciária do Estado de São Paulo.
O documento diz que que os procuradores "manifestam integral apoio ao Ministério Público do Estado de São Paulo na sua ação de exercer na plenitude o controle externo da atividade policial, velando pela legalidade dos atos da Polícia Judiciária e o respeito integral aos direitos da cidadania".
Na semana passada, os delegados de todo o país, reunidos no 6º congresso anual da categoria, em Foz do Iguaçu (PR), manifestaram, no item sete do documento final do evento, o "veemente protesto e repúdio ao ato normativo da Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo, que atinge a Polícia Civil e seus dirigentes".
A Carta de Foz de Iguaçu diz ainda que o ato do Ministério Público paulista é "inspirado em princípios corporativistas, ilegítimos e ilegais".
Para o presidente do Conselho Nacional dos Procuradores Gerais de Justiça, o procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Sul, Voltaire de Lima Moraes, ao contrário do que diz a polícia, "atos como o do Ministério Público paulista contribuem para o trabalho conjunto entre os promotores e a polícia".
Segundo ele, o controle da Polícia Judiciária pelo Ministério é legítimo porque, além de estar previsto na Constituição, é aos promotores públicos que se destinam os inquéritos policiais. "O Ministério Público é o titular da ação penal. É ele que vai determinar a abertura de um processo criminal contra alguém", disse Moraes.
Segundo o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Luiz Antonio Marrey, o controle da polícia pelo Ministério Público está previsto no artigo 129 da Constituição e na lei orgânica do MP paulista.
Voltaire Moraes afirmou que o controle da Polícia Judiciária de outros Estados pelo Ministério Público vai depender das normas das Procuradorias Gerais de Justiça regionais.
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Antonio Carlos de Castro Machado, esteve reunido ontem com o secretário da Segurança Pública, José Afonso da Silva, para tratar sobre o assunto.

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