São Paulo, sexta-feira, 18 de outubro de 1996
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Parlamentares buscam manter privilégios

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia depois de a reforma administrativa ter sido aprovada, parlamentares governistas, para tentar não prejudicar seus interesses pessoais, se articulam para alterar pontos do relatório -defendidos pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.
A queixa dos aliados é basicamente contra o teto de R$ 10,8 mil para os vencimentos pagos pela administração pública e a proibição de que o governo federal repasse verbas para Estados e municípios pagarem seus funcionários.
A partir de terça serão votados 23 destaques à emenda, que podem alterar todo o relatório.
A maior polêmica diz respeito ao acúmulo de benefícios previdenciários com o salário de parlamentar. São 141 congressistas que recebem pelo menos uma aposentadoria paga pelo setor público.
Segundo a emenda aprovada, a soma de uma aposentadoria pública com o salário do parlamentar não pode ultrapassar R$ 10,8 mil.
"Os atuais eleitos não sabiam que poderiam perder suas aposentadorias", disse o líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), que não recebe o benefício. Segundo ele, estuda-se uma regra de transição para que quem tem mandato não seja prejudicado.
Outro ponto que deve ser mudado é a possibilidade de União, Estados e municípios definirem, por lei complementar, limite salarial inferior ao de R$ 10,8 mil.
Para o relator da reforma, deputado Moreira Franco (PMDB-RJ), a retirada do artigo permite que todas as categorias atinjam o pico.
"Esse limite deve ser só para as carreiras 'top'. Não tem cabimento o pagamento de salários tão altos em todo o país", afirmou.
O PPB, que disputa o 2º turno em São Paulo, não quer ser identificado com a crise nos Estados e a quebra da estabilidade dos servidores.

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