São Paulo, sábado, 19 de outubro de 1996
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Túlio diz que vai perder dinheiro

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O atacante Túlio, 27, teria direito ao seu passe em janeiro. Isso se a resolução sobre o passe não tivesse sido alterada pelo ministro Pelé.
Túlio não se diz decepcionado com a mudança, mas afirma que irá perder dinheiro. (AG)
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Folha - Você ficou decepcionado com a mudança da resolução sobre o passe?
Túlio - Uma ano a mais um ano a menos não vai fazer diferença. Pretendo renovar o meu contrato com o Botafogo por mais um ano. Não quero sair agora do país. Pretendo jogar no exterior só depois da Copa-98
Se eu tivesse o passe, daria preferência ao Botafogo. Não quero sair agora do país
Folha - Você vê aspectos positivos no acordo entre Pelé e o Clube dos 13?
Túlio - Os clubes vão ter mais tempo para a adaptação. O ministro Pelé fez uma jogada de Pelé. Ambas a partes precisam sair satisfeitas.
Não adianta só beneficiar os jogadores e prejudicar os clubes. Mais uma vez, o Pelé mostrou o seu talento fora de campo.
Folha - Você terá prejuízo financeiro com a mudança?
Túlio - Vou perder dinheiro não tendo o passe já no próximo ano. Não é uma perda grande, mas é considerável.
Folha - O que vai mudar na atitude do jogador na hora de negociar seus contratos, sendo dono do próprio passe?
Túlio - Desde o ano passado eu tenho assessores de marketing e imprensa. Também tenho advogado. O jogador vai ter que ser mais profissional para tratar de seus contratos depois que a resolução entrar em vigor.
O jogador consagrado vai ter mais opções. Vamos ser tratados com mais respeito.
Folha - Na sua opinião, os clubes também vão ter vantagens com a mudança?
Túlio - Vai ser mais fácil montar um grande time com a nova lei do passe.
Os clubes vão deixar de pagar um monte de taxas, como para empresários, federações, e vão tratar diretamente com os jogadores.
Folha - Você acha que os clubes podem criar um teto salarial para tentar diminuir transferências de jogadores entre os clubes brasileiros?
Túlio - Não acredito nessa possibilidade. Mesmo o futebol sendo coletivo, alguns têm mais destaque.
Cada um tem seu valor. Se criarem um teto salarial, isso aqui vai parecer o futebol japonês: Todo mundo igual.

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