São Paulo, sábado, 19 de outubro de 1996 |
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Wynton Marsalis é tema de especial
CARLOS CALADO
Com 35 anos completados ontem, o ex-garoto-prodígio já se estabeleceu como astro internacional, inclusive por elogiadas incursões no campo da música erudita. Mas o artista retratado neste programa da série "The South Bank Show" é mesmo o "jazzman" -hoje um ativo líder da nova geração do gênero. Uma boa sacada da diretora e produtora Susan Shaw foi situar seu documentário em Nova York (onde Wynton se radicou, aos 18 anos) e em Nova Orleans, o chamado "berço do jazz". Belas tomadas de Manhattan, em branco-e-preto, servem de cenário para a primeira metade do filme. Comandando um ensaio da Lincoln Center Jazz Orchestra, Wynton discorre sobre aspectos musicais e sociais do jazz, com seu jeitão professoral. "Não quero ser um regente tradicional", diz ele, divertindo-se ao orientar músicos mais jovens, como os saxofonistas James Carter, Wes Anderson e Robert Stewart. Já na segunda parte do filme, as imagens dos arranha-céus nova-iorquinos -sempre em branco-e-preto- dão lugar às multicoloridas casas de madeira da Louisiana. Sai o maestro e entra em cena o músico de Nova Orleans. Ao comentar suas raízes musicais, num raro momento de intimidade, Wynton chega a ser flagrado cantando um blues, acompanhado de piano. Aparecem também depoimentos do irmão Delfeayo e do pai, Ellis Marsalis. "Jamais falo em branco ou negro", diz o compenetrado Wynton, numa de suas tiradas filosóficas, ao ligar o jazz ao conceito geral de democracia. "Eu estou tentando fazer algo humano." Texto Anterior: Faixa à moda Novos Baianos se destaca Próximo Texto: "Basquiat" visita Basquiat na Bienal Índice |
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