São Paulo, sábado, 19 de outubro de 1996 |
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Bornhausen e as eleições
FERNANDO RODRIGUES Brasília - Político privilegiado, Jorge Bornhausen acompanha o Brasil de longe. Presidente licenciado do PFL, é embaixador do Brasil em Portugal. Mas vem para cá uma vez por mês.Bornhausen esteve em Santa Catarina, seu Estado, durante as eleições de 3 de outubro. Por telefone, de Lisboa, relatou quais foram suas conclusões sobre o resultado das urnas: 1) economia e democracia - "Foi a primeira eleição, em décadas, sob um regime inteiramente democrático e uma economia sem inflação. O eleitor procurou escolher candidatos que dessem continuidade administrativa"; 2) PFL - "O partido consolidou-se no Sudeste. Aumentamos muito nosso número de prefeitos e vereadores e somos um partido nacional"; 3) PT - "Pela primeira vez, conseguiu se equiparar aos níveis de votação do Lula. O Lula sempre ia bem no Norte e no Nordeste, mas o partido patinava. Agora, isso se equiparou"; 4) PSDB - "Também conseguiu se firmar nacionalmente"; 5) PMDB - "Perdeu. O partido é um grande arquipélago. Nas eleições municipais, algumas das principais ilhas acabaram de afundar, como Rio, São Paulo e Minas. O PMDB caminha para não ser um partido nacional"; 6) PPB - "É um partido de um dono. Por isso, depende do futuro do seu dono (Paulo Maluf)". Os comentários de Bornhausen costumam se tornar unanimidade entre os pefelistas. Pelo que disse em Lisboa, é possível então deduzir quem são os atuais desafetos do PFL. PPB e PMDB não terão moleza dos pefelistas daqui para a frente. São aliados conjunturais. O PSDB tem um pouco mais de privilégio, mas isso porque FHC pertence aos tucanos. A força eleitoral do PT o qualifica, definitivamente, como o adversário mais respeitado dos pefelistas. Sobre o futuro do PFL, seus caciques continuam firmes no projeto de fazer um partido de verdade. Bornhausen e seus colegas poderiam começar, então, pensando numa forma de desvincular de Maluf o ramo paulista da sigla. Uma tarefa dificílima. Texto Anterior: O tamanho do anão fascista Próximo Texto: Reeleição sem eleição Índice |
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