São Paulo, domingo, 20 de outubro de 1996 |
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País pararia, avalia ministro
FERNANDO RODRIGUES
"Reclamam hoje que não se fala de outra coisa. Imagine com um plebiscito. Aí, sim. Seriam uns seis meses de paralisia", diz Santos. Ele é contra a convocação do plebiscito, como todos no governo. Essa posição era defendida de forma reservada até que o próprio presidente Fernando Henrique Cardoso se declarasse publicamente contra a consulta popular. Há uma semana, na TV, ele disse que o Congresso é o fórum adequado para decidir sobre a reeleição. Se defendesse um plebiscito, FHC disse que iriam acusá-lo de "fujimorização", numa alusão ao presidente do Peru, Alberto Fujimori, que fechou o Congresso. "FHC está certo. Esse negócio de plebiscito é meio fascista. Ditadores lançaram mão disso sob o pretexto de praticar democracia direta, mas desejam é passar por cima dos parlamentos", diz Santos. Para o ministro, a consulta teria outro inconveniente: "Se ganhasse a reeleição, iriam todos ficar o resto do governo discutindo se o Congresso deveria acatar. Se perdesse, diriam que o governo teria acabado". Para Santos, uma eventual derrota no Congresso teria um efeito menor que num plebiscito. Para o governo, é mais vantajoso tentar aprovar no Congresso porque o trabalho será menor. Um plebiscito obrigaria FHC a fazer campanha pública. Hoje, ele atua nos bastidores e o trabalho público é feito pelos ministros e aliados. (FR) Texto Anterior: Parlamentares são contra a consulta Próximo Texto: Entenda o plebiscito Índice |
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