São Paulo, domingo, 20 de outubro de 1996
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Gestão Erundina teve o maior inchaço de funcionários da história paulistana

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos quatro anos de Luiza Erundina (PT) na Prefeitura de São Paulo (1989-1992), o número de servidores ativos do município pulou de 112.365 para 141.967. Foi o maior inchaço da história da administração da cidade.
O número de funcionários na administração Erundina cresceu sucessivamente ao longo de todos os quatro anos de seu governo.
No final do primeiro ano, o número de servidores já chegava a 116.848. Passou para 120.064 no ano seguinte e 126.985 no final de 91. Em 93, atingiu 141.967.
Ao sair do governo, Erundina deixou um saldo 29.602 servidores a mais do que encontrou ao substituir Jânio Quadros (1986-1988).
Queda de 15,6%
O crescimento do número de servidores na gestão Erundina atingiu 26,3%. No governo Paulo Maluf (PPB), o total de servidores da prefeitura paulistana sofreu redução significativa, caindo 15,6%.
Maluf começou a governar, em janeiro de 1993, com 141.967 servidores (número de dezembro de 92). Em junho passado, segundo levantamento da Secretaria Municipal da Administração, havia 119.815 funcionários na ativa.
No confronto entre os governos Maluf e Erundina, o primeiro perde no crescimento do número de servidores inativos. A aposentadoria dos servidores também é paga pelos cofres municipais.
Desde que Maluf começou a governar, aposentaram-se 7.361 servidores. Durante os quatro anos da gestão de Erundina, tornaram-se inativos 5.498 funcionários.
Redução de gastos
Mas Maluf sai na frente com a redução dos gastos com a folha de pagamento da prefeitura. Em 1991, por exemplo, terceiro ano da gestão Erundina, gastou-se com pessoal o correspondente a 46,45% em média da receita municipal.
Considerada só a administração direta -funcionários contratados diretamente pela prefeitura -, Maluf vem reduzindo sucessivamente os gastos com pessoal. Em 93, primeiro ano de seu governo, gastaram-se 40% da receita.
Neste ano, a relação despesa de pessoal e receita deve ficar em torno de 35% em média -alcançou 36,58% no ano passado. A arrecadação atual gira em torno de R$ 400 milhões por mês.
Não estão incluídos nesses gastos as despesas com a administração indireta, como empresas estatais, e serviços de trabalhadores terceirizados, que são prestados por empresas particulares.
Também não incluem as despesas da prefeitura com o PAS (Plano de Atendimento à Saúde). As contratações para esse serviço são feitas por cooperativas privadas. Mas o dinheiro para cobrir essa despesa sai do mesmo cofre que paga o servidor da administração direta.
Lei alterada
Um comprometimento maior das finanças com o funcionalismo na administração petista era uma exigência da lei 10.688, do final da gestão Jânio Quadros. Obrigava a gastar, no mínimo, 47% da receita em despesas de pessoal.
No governo Maluf, essa lei foi alterada. Hoje, o funcionalismo só recebe aumento se a despesa total com pessoal não ultrapassar 40% da arrecadação no último quadrimestre. Isso contribuiu para a queda de gastos com pessoal.
Trata-se de visões diferentes de administração pública. Para o PT, o maior volume de gastos comprova que não houve arrocho salarial em seu governo. Para o PPB, reduzir despesas com pessoal demonstra competência administrativa.

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