| São Paulo, domingo, 20 de outubro de 1996 |
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Produtora de filho de Maluf 'abastece' TV Empresa cede imagens do prefeito à Manchete JOÃO BATISTA NATALI
A produtora se denomina Onze, Grupo Especial, Produções e Publicidade, Ltda., ou simplesmente Grupo Onze. Ela foi aberta em fevereiro de 1992, no 2º Cartório de Registros de Títulos e Documentos. Flávio Maluf, que também é presidente da Eucatex, consta como proprietário de 18,8 milhões das 20 milhões de cotas em que se compõe o capital da empresa. O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo instaurou investigação judicial para apurar a existência de suposto crime eleitoral, por veiculação indevida de propaganda, na Rede Manchete, do prefeito Paulo Maluf e de seu candidato, Celso Pitta (PPB). Na representação em que pediu a abertura da investigação, a promotora Berenice Matuck argumenta que as supostas reportagens sobre o Cingapura e o PAS (Plano de Atendimento à Saúde) têm um tratamento mais publicitário que jornalístico. Segundo ela, o material veiculado -que, como matéria paga, custaria R$ 8.500 por minuto- coloca explicitamente Celso Pitta como garantia de prosseguimento daqueles dois projetos. A Folha apurou que o equipamento para o registro de imagens e entrevistas é de propriedade do Grupo Onze e raramente envolve equipes da própria Manchete. Nessas reportagens, o microfone não possui o logotipo da emissora, e nenhum repórter aparece como autor das perguntas ou responsável aparente pelas informações que vão ao ar. No Grupo Onze, esse material é coordenado por um produtor chamado André Madrid. A produtora não consta da relação de agências ou empresas que recebem da Prefeitura de São Paulo por serviços prestados. Seu nome e CGC não figuram no Sistema de Execução Orçamentária, da Secretaria do Planejamento. Ela também não foi contratada para a prestação terceirizada de serviços, pelo "pool" de três grandes agências ligadas à prefeitura. Texto Anterior: Governo Maluf aponta "excessos" petistas Próximo Texto: Flávio nega ter acordo Índice |
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